Estudo aponta que manejo com baculovírus reduz emissões de carbono em até 50%
A pesquisa comparou baculovírus e químicos em diferentes tratamentos para controle de lagartas na cultura da soja.
Um estudo preliminar conduzido nos Estados Unidos, pela companhia de origem australo-americana AgBiTech, mostrou que o manejo biológico de lagartas por meio de baculovírus reduz as emissões de carbono em até 50%, na comparação aos defensivos químicos tradicionais.
“Chegamos a 51% de redução de carbono quando comparamos nosso produto com um agroquímico, isoladamente. Já o uso combinado de baculovírus e químicos também baixou as emissões, na faixa de 35%”, destaca Adrian Lywood, diretor de manufatura e processos de inovação da AgBiTech nos EUA.
De acordo com Lywood, a pesquisa comparou baculovírus e químicos em diferentes tratamentos para controle de lagartas na cultura da soja. Os principais ingredientes ativos químicos, empregados isoladamente ou alternadamente aos produtos biológicos, foram clorantriniliprole, methomyl, benzoato, lufenuron, espinetoran, meloxifenozida e clorfenapyr.
Lywoood adianta que, para chegar aos resultados relativos às reduções de emissões, a pesquisa também teve como variáveis de influência a produção de matérias-primas e seu transporte a partir de fábricas, além do consumo de água e de eletricidade nas fabricações de produtos e aplicações a campo. Pesaram ainda tratamentos de efluentes em unidades de químicos e biológicos, entre outros fatores que serão divulgados na conclusão do trabalho.
“Baculovírus não deixam resíduos no campo, não danificam o solo, preservam organismos benéficos e inimigos naturais de pragas. O processo de produção dos baculovírus é significativamente menos prejudicial ao meio ambiente”, acrescenta o executivo. “Vale ressaltar que os biológicos reduzem as emissões de gases estufa desde a fabricação. Isso beneficia produtores rurais em todo o mundo. São produtos confiáveis e sustentáveis na conservação da sanidade de lavouras”, finaliza Adrian Lywood.
Sustentabilidade e crédito rural
Para o diretor de negócios da AgBiTech Brasil, engenheiro agrônomo Murilo Moreira, as avaliações de desempenho socioambiental em áreas produtivas do agronegócio local e global tendem a se consolidar de agora aos próximos anos. “Sustentabilidade será em pouco tempo um aspecto decisivo, central, para viabilizar negócios no setor, inclusive a comercialização de colheitas e a obtenção de financiamentos pelos produtores.”
Em 2021, por sinal, a agfintech Traive participou de uma emissão no mercado de capitais no valor de R$ 63,7 milhões, concedida a um grupo de sete produtores de soja, milho e algodão na forma de CRA – Certificados de Recebíveis do Agronegócio. Chamada de “CRA Verde”, foi a primeira operação do gênero certificada pela CBI – Climate Bond Initiative – no mundo e exigiu, como contrapartida dos agricultores beneficiados, o compromisso de não desmatar e o de preservar matas ciliares em áreas de preservação permanente (APPs), entre outras exigências socioambientais.
O diretor da Traive Brasil, Maurício Fragata Quintella, ressalta que o conceito de ‘compliance ambiental’ chegou para ficar. Conforme Quintella, no futuro próximo as análises de crédito ao produtor deverão contemplar, ainda, métricas como a retenção de carbono do solo e a otimização do uso de insumos de matriz química.
Desde 2002, a AgBiTech fornece produtos consistentes, de alta tecnologia, que ajudam a tornar a agricultura mais rentável e sustentável. A empresa combina experiência a campo com inovação científica. Trabalha com agricultores, consultores e pesquisadores e desenvolve soluções altamente eficazes para manejo de pragas agrícolas. Controlada pelo fundo de Private Equity Paine Schwartz Partners (PSP), a AgBiTech fabrica toda a sua linha de produtos na mais moderna unidade produtora de baculovírus do mundo, em Dallas (Texas, EUA).