Brasil busca autossuficiência em bioinsumos agrícolas para enfrentar dependência externa
Guerra na Ucrânia destaca a importância de investir em bioinsumos agrícolas para reduzir a dependência externa de fertilizantes minerais; Brasil busca se consolidar como protagonista global da sustentabilidade no campo
A guerra na Ucrânia evidencia a necessidade do Brasil de investir em bioinsumos agrícolas para reduzir a dependência de fertilizantes minerais, dos quais o país importa 85% do total consumido.
A recente expansão de 21,6% no PIB do primeiro trimestre de 2023, impulsionada pelo setor agropecuário, reforça a importância de garantir a autonomia na produção desses insumos e assegurar a segurança alimentar e o desenvolvimento econômico nacional.
O papel dos bioinsumos na economia circular
Foto: Envato
Uma alternativa promissora para reduzir a dependência externa de fertilizantes é o uso de bioinsumos orgânicos sólidos e organominerais, obtidos a partir da compostagem de resíduos como esgotos, efluentes industriais e agropecuários.
Eles representam uma economia circular perfeita, transformando resíduos em insumos valiosos, além de contribuírem para a sustentabilidade ambiental.
O potencial brasileiro
O Brasil já se destaca como líder mundial na produção, principalmente na categoria de defensivos contra pragas. Esses produtos têm grande potencial de crescimento, conforme apontado por pesquisas que indicam um mercado global de bioprodutos em expansão.
A utilização segura e responsável dos bioinsumos é fundamentada por recomendações da Embrapa, que garantem a eficácia e a sustentabilidade desses insumos na agricultura.
Resultados positivos
Os bioinsumos têm apresentado resultados positivos no controle biológico de pragas em plantações de cana-de-açúcar, com reduções significativas no uso de defensivos químicos
Além dos benefícios ecológicos, o uso de bioinsumos também proporciona economia financeira aos produtores rurais, tornando a agricultura mais sustentável e rentável.
Conclusão:
O Brasil tem o potencial e a responsabilidade de se tornar referência global na produção de bioinsumos agrícolas, garantindo a autossuficiência e a segurança do abastecimento interno.
Com investimentos no setor e incentivos ao uso de tecnologias inovadoras, a agropecuária brasileira pode se consolidar como protagonista global da sustentabilidade no campo, contribuindo para a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento econômico do país. O momento é de aproveitar as oportunidades e trilhar o caminho rumo à independência em bioinsumos, garantindo o futuro do agronegócio brasileiro.
*João Guilherme Sabino Ometto é engenheiro (Escola de Engenharia de São Carlos – EESC/USP), empresário e membro da Academia Nacional de Agricultura (ANA).