Empresa de fertilizantes investe US$ 850 milhões em fábrica de nitrogenado com hidrogênio verde
A planta utilizará uma matriz 100% limpa para produção do hidrogênio verde, amônia verde e os fertilizantes nitrogenados com zero carbono
A Atlas Agro Fertilizantes deve iniciar a obra da primeira fábrica de produtos nitrogenados a partir do hidrogênio verde no Brasil. O projeto se iniciará em 2024 e será localizado em Uberaba (MG).
A companhia vai investir US$ 850 milhões no projeto que deverá ser concluído em meados de 2027, informa a companhia em comunicado.
Conforme a nota, a organização tem planos de construir de 7 a 9 unidades de fertilizantes nitrogenados verdes no Brasil, ajudando a reduzir a dependência dos fertilizantes importados. Nos Estados Unidos, diz a empresa, sua primeira fábrica entrou em projeto de engenharia no mês passado.
“Hoje, importamos mais de 85% dos fertilizantes que utilizamos no Brasil, um País que é uma das maiores potências do agronegócio no mundo. O montante equivale a mais de 8 bilhões dólares em importações em fertilizantes para o território brasileiro”, disse na nota Knut Karlsen, cofundador e CEO da Atlas Agro para América Latina.
A planta utilizará uma matriz 100% limpa, a partir de fontes renováveis, tais como a solar e eólica, para produção do hidrogênio verde, amônia verde e os fertilizantes nitrogenados com zero carbono.
A consultoria de energia renovável CELA foi contratada para ajudar a empresa na prospecção e seleção de fornecedores de energia renovável para a planta de Uberaba.
A fábrica terá uma capacidade de produção de 500 mil toneladas por ano de fertilizantes para atender os clientes da região.
“Temos cartas de interesse de compra assinados com vários clientes e deveremos concluir os acordos de fornecimento de fertilizantes nitrogenados zero carbono nos próximos meses”, afirmou Karlsen.
A Atlas Agro disse que o projeto é inédito e um marco significativo para o agronegócio e para o próprio Brasil, já que atualmente 100% do fertilizante nitrogenado utilizado no país são importados de outros países, como Rússia, sendo todos eles produzidos a partir de fontes fósseis e poluentes.
“A nova planta é um importante passo para a substituição de fertilizantes estrangeiros com significativa pegada de carbono por uma produção nacional a partir de manufatura limpa e sustentável. Também se configura como uma grande oportunidade para a reindustrialização verde e a segurança alimentar no Brasil.”
Por Estadão Conteúdo