Brasil investe em captura e armazenamento de carbono para combate de mudanças climáticas

Empresas como a Petrobras já capturam o CO2 emitido durante a produção de petróleo

Brasil investe em captura e armazenamento de carbono para combate de mudanças climáticas

Para limitar o aumento da temperatura global a 1,5ºC até o final do século, é necessário remover o dióxido de carbono (CO2) da atmosfera, conforme destacado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU.

Empresas em todo o mundo estão buscando soluções para capturar e armazenar CO2, incluindo técnicas industriais. No Brasil, a Petrobras lidera essa discussão e está estudando o lançamento de um serviço de captura e armazenamento definitivo (CCS) para outras empresas.

Atualmente, a Petrobras já captura o CO2 emitido durante a produção de petróleo e o reinjeta nos poços para aumentar a produção. Agora, a estatal planeja estender esse serviço a outras empresas, com um hub piloto no terminal de Cabiúnas, no Rio de Janeiro, com capacidade para capturar 100 mil toneladas de CO2 por ano.

Foto: Envato

Projetos

Além da Petrobras, há outros dois projetos em andamento no Brasil.

A FS Energia está investindo US$ 65 milhões para lançar uma unidade de captura e armazenamento de CO2 a partir da produção de etanol de milho, com previsão de entrada comercial no final de 2024.

O terceiro projeto, de pesquisa e desenvolvimento, envolve aprimorar sistemas de captura de CO2 em termelétricas a gás natural, liderado pela Eneva e pela Sociedade de Assistência aos Trabalhadores do Carvão (SATC).

Captura

A captura de carbono é realizada por meio da instalação de filtros nas chaminés das fábricas e unidades de produção, permitindo a captura do CO2 durante o processo produtivo.

Esse gás pode ser reinjetado em poços de petróleo, aquíferos salinos ou camadas de carvão não economicamente viáveis para mineração. O armazenamento de CO2 é uma opção para auxiliar na descarbonização, especialmente em indústrias intensivas em emissões, como petroquímica e produção de cimento.

No setor de produção de etanol, a fermentação alcoólica resulta em CO2 quase puro, o que reduz os custos do processo e torna esse setor promissor para a aplicação do CCS no Brasil. No entanto, existem desafios a serem superados.

Primeiro, a falta de políticas de incentivo ao desenvolvimento do CCS, em contraste com países como Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido, que estão investindo nessa área.

Segundo, a ausência de regulamentação, o que gera insegurança jurídica, principalmente na etapa de armazenamento geológico do CO2.

Sair da versão mobile