Rede ILPF discute potencial do mercado de carbono para produtores e empresas

Segundo Eduardo Bastos, CEO da MyCarbon, a América Latina é a região do globo com melhores condições de prover o mercado de carbono

Rede ILPF discute potencial do mercado de carbono para produtores e empresas

Pesquisadores, técnicos, produtores e outros profissionais se reuniram em um evento promovido pela Rede ILPF para discutir as oportunidades e desafios do mercado de carbono para os produtores e empresas que trabalham com Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).

A rede é formada por instituições associadas, como Bradesco, Cocamar, Embrapa, John Deere, Soesp, Syngenta e Suzano, além da Minerva, que foi anunciada como nova associada durante o evento.

A programação técnica iniciou com uma apresentação sobre a Câmara Temática de Carbono, uma iniciativa da Rede ILPF que visa defender os efeitos dos sistemas ILPF na descarbonização. A Câmara tem como objetivo organizar informações e gerar técnicos nacionais para possibilitar uma maior representação da ILPF no inventário nacional de mitigação de gases de efeito estufa.

Os participantes discutiram as iniciativas da Câmara Temática de Carbono, que visam possibilitar que produtores e instituições que trabalham com ILPF façam parte do mercado de carbono.

Segundo Eduardo Bastos, CEO da MyCarbon, o mercado regulado movimentou US$ 865 bilhões em 2022 e a tendência é de que até 2025 esse valor ultrapasse os US$ 1 trilhão. Já o mercado voluntário movimentou US$ 2 bilhões em 2022 e estima-se um aumento para cerca de US$ 100 bilhões até 2030. Eduardo destacou que a América Latina é a região do globo com melhores condições de prover esse mercado, com o Brasil ocupando espaço de destaque.

Além disso foram levantados os desafios que precisam ser superados para acessar as oportunidades do mercado de crédito de carbono, como o processo de elaboração de projetos, regulação, certificação, medição, reportagem e verificação. A recomendação é que esses projetos sejam elaborados por empresas especializadas, por meio de associações, cooperativas, agentes de fomento e bancos.

“Objetivo de proteger o efeito ambiental é de grande importância aos sistemas ILPF. Estamos nos estruturando para ter bases de informação e também para representar os produtores que trabalham com ILPF, os associados e as empresas que dão suporte a isso, dentro de fóruns de governo onde se discutem as políticas públicas para que a gente valorize de fato a importância desses sistemas na questão do carbono”, explicou Bruno Alves pesquisador da Embrapa Agrobiologia e coordenador da Câmara.