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COP30: Embrapa Soja destaca solo como base para produção sustentável

Na COP TV do Agro, Marco Nogueira explicou como diversificação de culturas, plantio direto e bioinsumos fortalecem o solo e aumentam a sustentabilidade no Brasil

Reprodução Canal Rural
Reprodução Canal Rural

Na COP TV do Agro, exibida durante a COP30, em Belém (PA), o pesquisador Marco Nogueira, da Embrapa Soja, apresentou as tecnologias demonstradas na conferência com o objetivo de exemplificar sistemas sustentáveis de produção agrícola. Ele destacou a vitrine tecnológica da Agrizone, onde são exibidas soluções para produzir soja em ambiente tropical, além de outros cultivos.

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Segundo Nogueira, é essencial mostrar ao mundo como a agricultura brasileira realmente é conduzida. “Precisamos apresentar nosso trabalho ao mundo, e fazemos isso com excelência, mostrando sistemas produtivos sólidos e responsáveis”, disse.

O pesquisador ressalta que o Brasil possui vantagens naturais importantes, mas que os solos tropicais exigem manejo criterioso. “Temos abundância de água e clima favorável, mas nossos solos eram pobres e exigiam construção de fertilidade”, disse. Ele reforça que práticas como adubação, calagem, rotação de culturas, braquiária, plantio direto e aumento de carbono no solo formam a base da resiliência climática.

Para Nogueira, o solo é o elemento central dos ecossistemas agrícolas. “Se não cuidamos do solo, enfrentamos sérios riscos”, disse. Nesse cenário, o pesquisador explica que a diversificação de plantas e o estímulo à vida do solo são fundamentais para fortalecer o sistema produtivo. “Quando trazemos mais raízes, mais diversidade e mais carbono, criamos ambientes produtivos mais estáveis e resilientes”, disse.

Entre as práticas para enfrentar as mudanças climáticas, Nogueira enfatizou o plantio direto. Mais de 35 milhões de hectares de soja no Brasil são cultivados nesse sistema, embora com diferentes níveis de qualidade. “O verdadeiro plantio direto precisava de cobertura permanente e diversidade de plantas. Só assim conseguimos colher todos os seus benefícios”, disse.

O uso de bioinsumos também ganhou destaque. “Tínhamos produtos para soja, grãos e até pastagens, incluindo biocontrole, biofertilizantes e inoculantes. Recomendamos inocular todos os anos, porque isso gera ganhos consistentes. Em média, a produtividade aumentava cerca de 8%”, disse.

Ele explicou que muitos desses produtos estimulam o desenvolvimento radicular. “Estávamos acostumados a observar a planta da superfície para cima, mas precisávamos olhar para as raízes. O que imitava a natureza aumentava a sustentabilidade do sistema”, apontou.

A infiltração de água no solo é outro ponto crítico. “Muitos solos infiltram apenas 20 a 25 mm. Se chove, por exemplo, 50 mm, metade escorre, causando erosão. Para a água entrar, o solo precisava de caminhos, e as raízes eram os verdadeiros caminhos”, disse.

Por fim, Nogueira deixou um recado aos produtores e ao público urbano. “É importante mostrar como a agricultura realmente era. Temos chuvas torrenciais, altas temperaturas e desafios complexos. O produtor brasileiro enfrenta tudo isso para produzir alimentos. Muitas críticas vêm da falta de entendimento sobre o nosso ambiente. Temos a obrigação de esclarecer como era a produção no Brasil”, disse.

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