
O programa Recupera Rural RS foi apresentado nesta quarta-feira (12), pela Embrapa, na AgriZone, em Belém. A ferramenta, que funciona como uma estratégia para minimizar os impactos das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul na última safra, foi explicada durante a COP30.
“Não seria possível evitar os efeitos devastadores das enchentes, mas eles teriam sido menores se os solos tivessem maior capacidade de infiltração de água”, explicou Rosane Martinazzo, chefe-adjunta de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa Clima Temperado (RS).
Durante os levantamentos técnicos nas regiões afetadas, foram identificadas diferenças na estrutura do solo, incluindo problemas de compactação, que podem ser mitigados com práticas agrícolas adequadas.
O estudo integra o Plano Recupera Rural RS, coordenado pela Embrapa, que avaliou 38 municípios impactados pelas enchentes. As áreas foram organizadas em cinco regiões, considerando os principais sistemas de produção e os tipos de danos sofridos, como alagamentos e deslizamentos de terra.
Em cada região, foram criadas unidades de referência tecnológica, pensadas como espaços de aprendizado coletivo. A seleção das áreas levou em conta agricultores que atuam como líderes em suas comunidades e que já adotam boas práticas agrícolas, como terraços e plantio de cobertura do solo. Rosane reforçou, porém, que os resultados só serão efetivos se as soluções forem implementadas em escala de microbacias e acompanhadas por políticas públicas de apoio.