FLORESTA PRODUTIVA

Natura destaca bioeconomia da Amazônia e geração de renda sem desmatamento

Mauro Costa afirmou que integrar ciência, tecnologia e conhecimento tradicional é o caminho para ampliar cadeias sustentáveis e fortalecer comunidades amazônicas

Reprodução Canal Rural
Reprodução Canal Rural

Durante a programação da COP TV do Agro da manhã desta quinta-feira (21), a Natura mencionou as ações que geram renda na Amazônia sem provocar desmatamento. Há 25 anos atuando na região, a marca trabalha de forma integrada com comunidades tradicionais e utiliza a biodiversidade brasileira como base para seu portfólio de bioingredientes.

Mauro Costa, Gerente Sênior da Natura, ressaltou que o foco é fazer com que as comunidades que vivem na floresta enxerguem valor em seus territórios. Segundo ele, quando a geração de renda é fortalecida, a conservação se torna consequência direta. Ele destacou que a Natura alia ciência e tecnologia ao conhecimento tradicional para manter cadeias produtivas sustentáveis.

“A empresa trabalha hoje com 33 espécies da biodiversidade amazônica, que resultam em 46 bioingredientes utilizados em linhas como tucuprã, andiroba, castanha e maracujá. Essas cadeias envolvem 45 comunidades e mais de 10 mil famílias em toda a Amazônia”, disse. Segundo ele, cada comunidade possui especialidades diferentes e muitas trabalham com mais de uma espécie, garantindo oferta diversificada e relações de longo prazo.

As operações abrangem toda a Amazônia, com destaque para o Pará, onde a Natura mantém uma fábrica de sabonetes em Benevides. Já as comunidades fornecedoras estão distribuídas por toda a região.

Sobre o que falta para a bioeconomia ganhar escala maior, Costa apontou o financiamento como fator decisivo. Ele defendeu linhas de crédito que cheguem às cooperativas e associações, permitindo aprimorar sistemas produtivos, agroflorestas e processos que aumentem a eficiência.

A escolha de áreas de atuação depende de cada espécie. A partir da definição do ingrediente, busca-se a comunidade que já possui conhecimento tradicional e estrutura produtiva. ”Em alguns casos, a cadeia começa do zero e, em outros, é ampliada a partir de bases existentes, como no cacau e na castanha”, detalhou.

”Estamos ampliando investimentos em tecnologia, desenvolvendo novos bioingredientes e expandindo modelos de negócios que geram impacto positivo nas comunidades”, comentou. Para Costa, mais do que conservar, é preciso regenerar, colocando a vida das pessoas em primeiro lugar para gerar valor ambiental, social e econômico.

Como exemplo de inovação, ele citou a ucuúba. Tradicionalmente usada como madeira para escoras ou fabricação de vassouras, a espécie passou a ter seu bioingrediente aproveitado, permitindo gerar renda sem cortar a árvore, por meio de manejo de mínimo impacto.

No encerramento, Costa afirmou que o espaço da COP 30 evidencia a importância do agro sustentável. Ele avaliou que o Brasil inovou ao trazer a agricultura regenerativa para o centro do debate e que a Amazônia ganhou destaque tanto para o país quanto para toda a América Latina. Segundo ele, o saldo da conferência em Belém é positivo, com o agro conquistando voz e fortalecendo seu papel na transição sustentável.

Sair da versão mobile