RESPONSABILIDADE AMBIENTAL

'O agro brasileiro é grande provedor de soluções climáticas' afirma presidente da Comissão de Meio Ambiente da CNA

Muni Lourenço participou da COP TV do Agro, reforçando a atuação da CNA na defesa do agro brasileiro e na promoção de práticas sustentáveis

Reprodução Canal Rural
Reprodução Canal Rural


Durante a COP30, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) marcou presença com destaque para o protagonismo do setor agropecuário nacional no debate sobre sustentabilidade e segurança alimentar. Muni Lourenço, presidente da Comissão do Meio Ambiente da CNA, participou, nesta quarta-feira (12), da COP TV do Agro, abordando tópicos centrais que refletem a relevância do Brasil na agenda climática global.

“Temos convicção que a COP30 tem um protagonismo na mesa de diálogo ambiental. A CNA e o Senar buscaram ter participação à altura, defendendo a sustentabilidade e a segurança alimentar mundial, já que o Brasil produz alimentos para mais de 1 bilhão de pessoas”, afirmou Muni Lourenço. Ele ressaltou ainda a relevância da iniciativa Agrizone, que marcou a participação do Sistema CNA/Senar e deve influenciar positivamente o posicionamento do agro brasileiro nas próximas COPs.

Para o país, essa atuação reforça a liderança agropecuária brasileira no quesito sustentabilidade, consolidando o agro como pilar econômico e referência em práticas que integram produtividade com responsabilidade ambiental.

A CNA mantém há cerca de dez anos sua credencial como observadora junto à ONU e à UNFCCC, o que garante proximidade e legitimidade para acompanhar de perto as negociações oficializadas durante as COPs. O documento apresentado à COP30 reflete essa tradição, trazendo conceitos complexos com impacto direto na vida e no trabalho de milhões de produtores brasileiros.

Durante o debate, Lourenço destacou duas pautas centrais que foram foco da discussão. A primeira diz respeito ao financiamento climático. ”O setor agropecuário brasileiro é o mais vulnerável às questões climáticas. É uma indústria a céu, com problemas relacionados à seca, cheias e eventos climáticos extremos. Mas é, também, o melhor como provedor de soluções climáticas, através de práticas sustentáveis que podem ser aplicadas”, disse o presidente.

Para que essas soluções possam ser plenamente aplicadas, é necessário superar o gargalo do financiamento climático. Na COP29, foi estimada a necessidade de US$ 1,3 trilhão para projetos que ampliem a capacidade de mitigação e adaptação do setor.

O segundo ponto abordado foi a expectativa de que a COP30 consolide um mandato de agricultura tropical, válido para as próximas conferências. O agro brasileiro ainda sofre com análises baseadas em métricas desenvolvidas para climas temperados do Hemisfério Norte. Conforme apontado pelo ex-ministro Roberto Rodrigues, é essencial considerar as peculiaridades da agricultura tropical para que o setor seja justamente reconhecido como produtor de alimentos e soluções ambientais. Sem financiamento climático adequado, muitos dos discursos e propostas não se concretizariam, e a COP30 surge como momento de ação concreta e implementação.

A atuação da CNA durante a conferência envolve uma série de agendas técnicas e políticas, sempre com o objetivo de defender os interesses do produtor brasileiro, mostrando que o agro no Brasil é capaz de produzir alimentos com sustentabilidade e responsabilidade ambiental. “Nosso objetivo é mostrar que o setor agropecuário é, simultaneamente, produtivo e ambientalmente responsável, mantendo uma tradição de presença e acompanhamento nas COPs que já dura dez anos”, concluiu Lourenço.

Acompanhando de perto as discussões da conferência, a CNA decidiu se credenciar formalmente à COP30, utilizando uma causa genuína, como a sustentabilidade, que também serve para evidenciar eventuais barreiras protecionistas de mercado. Essa posição permitiu à entidade apresentar oficialmente o documento de posicionamentos do agro brasileiro, consolidando a representatividade do sistema sindical agropecuário. O documento, resultado de um trabalho conjunto entre federações, entidades setoriais e parcerias estratégicas, reúne um inventário detalhado de propostas e conceitos relacionados ao setor.

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