COP TV DO AGRO

'Brasil sempre esteve no coração da mitigação das mudanças climáticas', diz presidente da Anater

Camilo Capiberibe destacou, na COP TV do Agro, o papel da Anater na valorização da floresta e no fortalecimento da agricultura familiar

Reprodução Canal Rural
Reprodução Canal Rural

Durante a COP TV do Agro desta quinta-feira (20), o presidente da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), Camilo Capiberibe, destacou a atuação da instituição em todo o país e, especialmente, na Amazônia. Ele lembrou que a Anater é uma agência jovem, criada em 2013 e instalada em 2016, e que hoje coordena 11 programas presentes em todos os biomas brasileiros e nos 27 estados.

Segundo Capiberibe, quando se fala em presença em todos os biomas, inclui-se diretamente a Amazônia. Nessa região, três programas se destacam: Ater Mulheres, Bolsa Verde e Florestas Produtivas. Sobre este último, Capiberibe ressaltou que a equipe acompanha de perto a execução das ações, que promovem reflorestamento e ampliam a agricultura familiar em assentamentos não apenas no Pará, mas em toda a Amazônia.

Ao abordar o desafio histórico de quebrar o paradigma de que floresta não é desenvolvimento, Capiberibe avaliou que o cenário mudou. ”Se há 30 anos teríamos grande dificuldade de convencer sobre isso, hoje na Amazônia é possível comparar quanto se gera de riqueza em um hectare de soja, de açaí ou de outras culturas. Vivemos um choque de cultura”, disse.

Capiberibe reforçou que, por meio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e da Anater, já é possível aumentar a renda das famílias agricultoras ao mesmo tempo em que se preserva e se refloresta. Ele afirmou que o mundo ainda desconhece a Amazônia e que a realização da COP 30 na região é estratégica. ”Trazer a COP para a Amazônia é fundamental. Vai ter um papel central para que tudo o que é discutido na Blue Zone tenha, daqui para frente, o olhar da floresta”, declarou.

Ele destacou, ainda, que todas as ações concluídas pelo MDA e executadas pela Anater são estruturadas dentro das pautas de justiça de gênero e juventude. Segundo o presidente, enfrentar o problema da sucessão rural é essencial para a segurança alimentar. ‘Precisamos de alimentos, e precisamos pensar nisso. Nossas políticas têm essa base. Vinte por cento são voltadas aos jovens e cinquenta por cento às mulheres’, afirmou.

Entre os exemplos mais simbólicos da economia da floresta, Capiberibe citou o açaí. ”Há pouco tempo, ninguém conhecia o açaí. Hoje é uma commodity global. O açaí está plantando e reflorestando”, falou. Ele reforçou que o programa Florestas Produtivas é um dos principais programas do MDA voltados para a Amazônia, com foco em produzir alimentos, recompor áreas e ampliar a cobertura florestal.

Capiberibe também comentou o programa União dos Municípios, voltado para territórios prioritários que respondem por grande parte do desmatamento da Amazônia Legal. A ação concentra esforços para fortalecer a presença da assistência técnica nessas localidades.

Ele defendeu que o país avance para um modelo nacional de extensão rural semelhante ao do SUS. ”Precisamos de dinheiro carimbado para assistência técnica, porque crédito sem assistência técnica vira endividamento. É essencial deixar aprovado um sistema que garanta presença nacional e acesso contínuo à orientação técnica”, afirmou.

Ao encerrar, o presidente reforçou que o Brasil sempre esteve no centro da mitigação das mudanças climáticas e que a economia da floresta é parte do futuro do país. ”A Amazônia ainda é desconhecida pelo mundo, mas é daqui que virão soluções para o clima, para a produção e para o desenvolvimento sustentável”, concluiu.

Sair da versão mobile