
O Plano Clima, uma das principais Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) que o Brasil apresentará na COP30, tem como objetivo reposicionar o país como liderança climática global. Entre suas diretrizes estão a compensação de emissões de CO₂ e a eliminação do desmatamento ilegal.
Para explicar os detalhes do plano, o pesquisador da FGV Leonardo Munhoz, detalha que o documento é um detalhamento positivo da NDC brasileira, feito pelo Comitê Interministerial de Mudanças Climáticas, mas que enfrenta desafios na metodologia de contabilização das emissões do setor agropecuário.
Segundo Munhoz, o problema está em como o plano contabiliza o desmatamento ilegal, somando essas emissões às da agropecuária. Isso gera incerteza sobre a capacidade do Brasil de implementar suas próprias leis e enfraquece o potencial do Código Florestal como referência global de sustentabilidade.
Apesar dos desafios, o setor agropecuário também apresenta soluções. Entre elas estão a preservação de matas em imóveis rurais e o uso de boas práticas agrícolas, que podem ser reconhecidas em fundos internacionais de financiamento climático, como o Tropical Forest Forever Facility (TFFF).
De acordo com Munhoz, esses mecanismos podem transformar a agricultura brasileira em uma ferramenta de mitigação e adaptação climática, reforçando a posição do país nas negociações internacionais.