Durante a COP30, na TV COP do Agro, em Belém (PA), Marenilson Batista da Silva, diretor do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural (Dater) do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), apresentou ações do ministério voltadas ao fortalecimento da agricultura familiar. O foco do painel foi mostrar como o MDA atua com políticas públicas, assistência técnica, inclusão produtiva e digital, e valorização dos saberes tradicionais, especialmente na Amazônia.
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Segundo Marenilson, “a agricultura familiar no Brasil existe na lei. Ela é feita pela família, em até quatro módulos fiscais, e com rendimento de até R$ 500 mil por ano. É claro que nós temos diferentes agriculturas familiares no país, e o MDA tem essa força de trabalhar com foco na agricultura familiar.”
Ele explicou que o MDA busca melhorar a renda e a qualidade de vida das famílias agricultoras. “Dentro da família da agricultura familiar, o MDA dispõe de políticas públicas, como o Pronaf, aquisição de alimentos, PNAE e acesso à tecnologia, fazendo com que o agricultor melhore de vida.”
Sobre a Amazônia, Marenilson destacou a abordagem diferenciada para cada bioma. “Temos que evoluir e, independente do bioma, precisamos de assistência técnica diferenciada. Trabalhamos com acesso às políticas públicas, crédito, Pronaf, aquisição de alimentos escolares e conservação do solo e da água, para fortalecer os arranjos produtivos de cada realidade.”
Ele ressaltou a integração da agricultura familiar às cadeias produtivas e ao mercado. “Hoje, existem as culturas de soja e milho da agricultura familiar, que têm integração com a indústria. O mundo mudou, e cada dia mais é preciso informação e conhecimento. A pandemia nos fez dar um salto necessário. A agricultura precisa desse salto de inclusão produtiva e digital.”
Segundo Marenilson, “o técnico se conecta com os agricultores. Hoje o mercado é mundial. De acordo com cada particularidade, se você souber conectar, sabe quais são os produtos da agricultura familiar para o produtor.”
Entre os projetos citados, ele destacou o Pro-semeia. ”Dentro do MDA, temos a parte da assistência técnica direta, mas também precisamos formar pessoas para o novo mundo, com acesso a máquinas e tecnologia. O Pro-semeia tem o papel de formar pessoas a partir da universidade, atuando em assentamentos da reforma agrária e comunidades quilombolas.”
Na Agrizone, o MDA realiza o Cozinha Show (Cook Show), que conecta gastronomia e produtos regionais. “Vários chefs de cozinha preparam pratos que se conectam com o que já existe nas comunidades e com chefs da alta gastronomia, mostrando o que há de melhor e os produtos regionais.”
“O objetivo é compartilhar os saberes e fazeres dos povos e comunidades tradicionais, evidenciando culturas alimentares e práticas sociais nos Sistemas Agrícolas Tradicionais (SAT) e nas Receitas Ancestrais”, completou Marenilson.
A juventude rural também foi tema central. “É um desafio de geração para geração. Até na assistência técnica, é preciso atender no mínimo 20% de jovens, para que as empresas entendam o que eles querem.”
Ele reforçou a importância da agricultura familiar para o futuro sustentável. “A agricultura familiar precisa da terra para gerações. O que a gente faz é cuidar bem do planeta. Quando se fala em cuidado da terra, a agricultura familiar tem feito isso muito bem. Quando você cuida do solo, você cuida da água. O Brasil tem um ativo de muitas boas terras e água em quantidade. Por isso precisamos cuidar muito desse ativo.”
Ao encerrar, reafirmou o compromisso do MDA com a inclusão produtiva e tecnológica. “A agricultura familiar precisa evoluir continuamente, incorporando conhecimento, tecnologia e conectividade com os mercados, de forma a garantir produtividade, inclusão e sustentabilidade.”
