COP26: Brasileiros apresentam agenda com caminhos inovadores para a Amazônia
O documento apresentado leva em conta não apenas a questão climática e de desenvolvimento, mas os direitos dos indígenas e dos quilombolas.
A COP26 vai dedicar esta terça-feira (9) às discussões sobre a Amazônia. Mais de 400 instituições da sociedade brasileira, incluindo ambientalistas, cientistas e bancos privados, levam para Glasgow o documento “Uma Concertação pela Amazônia. A apresentação da agenda de desenvolvimento para a região será feita pela co- presidente do Painel de Recursos Naturais da ONU e ex-ministra do meio ambiente, Izabella Teixeira.
Teixeira está na Conferência do Clima. Segundo ela, o foco da agenda é construir caminhos inovadores para o desenvolvimento da Amazônia, com “soluções econômicas que mantenham a floresta de pé”:
“Temos que conter esses retrocessos e trabalhar novos modelos de economia e de inclusão social, promovendo um melhor desenvolvimento humano da Amazônia. Fazendo com que essa nova maneira de produzir, e consumir e trabalhar esse crescimento econômico agregue valor a uma participação da Amazônia de maneira mais estratégica na geração do PIB brasileiro. Então estamos mexendo em renda, em erradicação da pobreza, estamos mexendo em aspectos culturais, estamos mexendo em todas as dimensões que dão a identidade de um país mais justo.”
Izabella Teixeira lembra que existem várias “Amazônias” dentro da Floresta Amazônica, que abriga 27 milhões de habitantes apenas na parte brasileira. O documento que será apresentado na COP26 leva em conta não apenas a questão climática e de desenvolvimento, mas também os direitos dos indígenas e dos quilombolas.
Interesses
Izabella Teixeira espera que esta semana de negociações seja marcada pela tradicional tensão política, mas também por uma vontade de “fechar um texto que traduza os interesses dos países desenvolvidos e em desenvolvimento”.
A copresidente do Painel de Recursos Naturais da ONU acredita que a COP26 será “a COP para fazer o Acordo de Paris acontecer”. Segundo a especialista, a situação não “tem mais como adiar, pois, a natureza não perdoa”.
Para a ex-ministra, o grande legado de Glasgow será fazer com “que todos possam agir na mesma direção.”
Com informações da Agência ONU
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