Entenda por quê a agropecuária brasileira é sustentável

Nesta segunda-feira, dia 5 de setembro, foi Dia da Amazônia, um dos patrimônios naturais mais valiosos do mundo. E para celebrar esta data, o Planeta Campo trouxe uma entrevista super interessante que explica por quais motivos a agropecuária brasileira é sustentável.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Acre, Judsom Valentim, vários são os fatores que fazem o agro brasileiro sustentável, alguns conquistados nos últimos 50 anos. Para Valentim, a sustentabilidade tem início nos desafios diários enfrentados pelos 5,2 milhões de produtores rurais brasileiros.

“Os produtores rurais enfrentam todo tipo de desafio como variabilidades ambientais, de mercado e mesmo assim conseguem tornar o agro uma das principais âncoras da economia brasileira, permitindo que o Brasil produza alimento para os seus mais de 200 milhões de habitantes e para mais de 800 milhões de pessoas no mundo”, pontuou.

Valentim também apontou outros ativos como as condições ambientais favoráveis, a inovação, a tecnologia e a pesquisa.

“Há 50 anos atrás o Cerrado era praticamente inóspito e em pouco tempo e graças à tecnologia e à pesquisa, tornou-se uma grande região produtora de alimentos e energia”, ponderou.

Ciência e Produtividade

Atualmente uma terra produz muito mais que há 50 anos. O uso da ciência e da tecnologia para a aumentar a produção, elevou a produtividade.

“Antigamente para produzir mais, o Brasil teria que crescer a área plantada, o chamado crescimento horizontal. Mas nos últimos anos grande parte do aumento da produção vem do ganho da produtividade e com isso também aumentou a competitividade dos produtos do agro brasileiro no agronegócio global e consequentemente a lucratividade para os produtores rurais”, explicou.

O aporte tecnológico permite que se produza com menos pressão sobre os recursos naturais. Sem a tecnologia atual, com certeza, o agro brasileiro causaria um grande impacto ambiental aos biomas.

Importância da ILPF e do PD

O sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o plantio direto (PD) são práticas que contribuem para a sustentabilidade da agropecuária brasileira. Com a possibilidade de unir a agricultura, a pecuária e a floresta em uma mesma área, além de otimizar o uso da terra, o produtor angaria benefícios sociais e ambientais.

“Depois de 5 anos realizando o plantio direto, o produtor consegue economizar adubo que equivaleria a 3-5 sacas de soja, porque o plantio direto aumenta a quantidade de matéria orgânica no solo, contribuindo para o meio ambiente e reduzindo a emissão de gases do efeito estufa”, explicou.

Já a integração lavoura-pecuária-floresta, segundo o pesquisador, permite que o produtor a partir do 3º ano, a implantação da pecuária e da floresta.

“É uma situação que eu chamo de ganha-ganha-ganha, uma atividade que melhora o nível e disponibilidade de empregos, reduz a pressão sobre novas áreas e aumenta o estoque de carbono”, concluiu.