Escola de SP é selecionada para projeto de adaptação de agricultores às mudanças do clima

Iniciativa da FGV propõe o compartilhamento de técnicas sustentáveis nas regiões metropolitanas no Brasil e em outros países na América Latina

Escola de SP é selecionada para projeto de adaptação de agricultores às mudanças do clima

A Escola de Agroecologia de Parelheiros, localizada na região metropolitana de São Paulo, foi selecionada para participar de um projeto que promove a adaptação de agricultores familiares à mudança do clima, tendo como foco regiões metropolitanas na América Latina.

O projeto pretende reunir experiências que possam inspirar a construção de planos de adaptação de agricultores familiares no Cinturão Verde de São Paulo, além de compor um portfólio no âmbito da agricultura familiar em regiões metropolitanas e traçar um perfil de medidas adaptativas.

A Escola produziu vídeos educativos e contou com apoio de outras instituições e projetos, como o Ligue os Pontos, com a instalação de uma vitrine demonstrativa com 12 técnicas sustentáveis e a equiparação de duas salas de aula.

A região de atuação em Parelheiros caracteriza-se por apresentar um mosaico entre unidades de conservação, fragmentos de mata atlântica, áreas de agricultura e ecoturismo e núcleos urbanos.

Parrelheiros

Parelheiros é um distrito localizado na zona sul do município de São Paulo. É o segundo maior distrito do município em extensão territorial, embora seja muito pouco povoado. Tem a maior parte da área coberta por reservas ambientais da mata atlântica — nele, se localiza a Área de Proteção Ambiental Capivari-Monos e parte da Área de Proteção Ambiental Ilha do Bororé-Colônia.

Agricultores na Zona Sul da cidade de SP

Segundo cadastramento realizado no primeiro semestre de 2019, pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP), instituição contratada pelo Projeto Ligue os Pontos, após a visitação de 1.692 propriedades, foram cadastradas 427 unidades de produção agrícola, sendo 170 no distrito de Parelheiros, 169 em Grajaú e 88 em Marsilac.

Os dados mostram que, do total de unidades produtivas cadastradas, 70 possuem até 1.000 m² de área e 133 ultrapassam os 20.000 m². A mão de obra empregada que mais se destaca é a exclusivamente familiar (65%), em detrimento de apenas 4% que utilizam mão de obra contratada permanente. Ainda segundo o levantamento, 64% dos produtores agrícolas são donos da propriedade e 78% dos agricultores vivem na unidade produtiva.

O cadastro também identifica um envelhecimento do produtor rural da região, uma vez que em 315 das 427 unidades produtivas (73,5%) o entrevistado possuía ao menos 45 anos de idade, enquanto menos de 3% dos agricultores tem entre 16 e 24 anos. Além disso, o levantamento elucida disparidades econômicas e sociais, já que 4% dos agricultores apresentam renda bruta agrícola acima de 10 mil reais por mês, número bastante inferior aos 54% com renda abaixo de mil reais mensais. Tal cenário pode explicar o fato de que 41% dos produtores exercerem outra atividade fora da propriedade.

Com relação à produção agropecuária, 79% dos agricultores cultivam frutas, sendo que apenas 16% desse total tiveram esses produtos comercializados nos últimos 12 meses, 65% produzem folhosas associadas ao cultivo de legumes, raízes e ervas, e 45% produzem plantas ornamentais – usadas para paisagismo. Das 427 unidades produtivas, 51% possuem algum tipo de criação animal, com destaque para frangos e galinhas.

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