Fazenda em Minas Gerais molda o futuro do agronegócio

Sistema integrado de produção gera renda para o produtor e atende aos requisitos sustentáveis.

Fazenda em Minas Gerais molda o futuro do agronegócio

Coronel Pacheco, cidade do nordeste mineiro, abriga em seu território uma das 28 fazendas mais sustentáveis do planeta. A propriedade faz uso do sistema de integração pecuária, lavoura e floresta. Esse sistema possibilitou produção com baixo impacto no meio ambiente, mas nem sempre foi assim na propriedade.

De acordo com o produtor rural e gestor da fazenda, Leonardo Resende, a produção era tradicional de monocultura de capim braquiária. “Aqui a gente produzia o capim que alimenta os animais. Em 2004, a gente pegou 25% da fazenda, vendemos os piores animais e vedamos uma área da fazenda por um ano para que as árvores crescessem. Depois de quatro anos a fazenda estava toda formada e já com a produção de madeira para serraria e a carne no caso da pecuária ”, explicou o produtor.

Ajuda

O administrador procurou ajuda da Embrapa gado de leite de Juiz de Fora. naquele momento, o órgão estava iniciando os trabalhos com sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta. O analista ambiental do Instituto Mineiro de Gestão das Águas, o Igam, foi um dos primeiros a incentivar o projeto. “Eu fui até a fazenda para tratar a regulamentação ambiental da propriedade. O proprietário Leonardo propôs um projeto particular em ser mais sustentavel”, comentou o analista.

Alguns esforços foram necessários para esta mudança. O proprietário relata que, em um primeiro momento, há uma resistência inicial do produtor. “Todo mundo duvida um pouco se vai funcionar ou não. Depois, eles têm mais treinamento, EPIs e mais emprego formal. Eu falo que a gente tem que andar, conhecer quem está fazendo direito”, recomendou.

Sistemas integrados

Com a aplicação de sistemas integrados de produção e da pecuária regenerativa, a fazenda não apenas gera mais dinheiro, como também atende aos requisitos sustentáveis para o agronegócio. Inclusive, estas exigências farão parte, cada vez mais, do mercado do agronegócio global. “A gente fala que a sustentabilidade é uma longa escada. A gente está no primeiro, no segundo degrau; Nós gostaríamos de produzir carne, leite e madeira sem causar nenhum impacto. Isso está no final da escada. cada ano a gente tenta melhorar um ponto”, conclui o produtor.

Futuro

O diretor de Conhecimento da Fundação SOS Mata Atlântica, engenheiro agrônomo Luiz Fernando Guedes, afirma ser importante o produtor entender que sustentabilidade é um investimento, não é uma despesa. “A questão é como ele vai colher o retorno desse investimento”, disse.

Confira: