Agricultura pode prosperar com floresta em pé, diz diretora do Imaflora

A entrevistada do Planeta Campo entrevista desta quinta-feira foi Marina Piatto que falou sobre conservação da floresta, sequestro de carbono e commodities

Agricultura pode prosperar com floresta em pé, diz diretora do Imaflora

A medida que avançamos como sociedade, a cada dia, os desafios do século 21 se tornam cada vez mais complexos. Produzir alimentos e conservar florestas, mitigar as emissões dos gases de efeito estufa que causam o aquecimento global, promover a qualidade de vida das pessoas e incentivar a prosperidade econômica e social. Todos esses objetivos, são também os principais motivos da existência do Imaflora, Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola, organização brasileira criada em 1995. 

No Planeta Campo Entrevista desta quarta-feira (19) conversamos com Marina Piatto, diretora do Imaflora. 

Ao longo dos últimos anos, Piatto trabalhou com foco na construção de estratégias para aumentar a produção livre de desmatamento, com práticas agrícolas de baixo carbono e promovendo os direitos sociais no setor de commodities como soja e pecuária. Ela também já foi pesquisadora na Universidade de Bonn, na Alemanha, e possui mestrado em agricultura tropical, além de ter cursado agricultura e mudanças climáticas na Universidade da Califórnia.

Preservação ambiental

Preservar a floresta é ter um mundo mais funcional e, claro, mais sustentável. O desafio é grande para o produtor unir a expansão agrícola e manter a floresta de pé. Contudo, o Brasil é um dos países do mundo que mais consegue equilibrar essa relação.

“Por conta do nosso código florestal rígido, tudo acaba funcionando muito bem. A floresta favorece a agricultura e vice-versa. A agricultura pode prosperar com a floresta em pé. Acho que ainda o que falta é prestar atenção nas nascentes dos rios, pois sem eles não há água para a agricultura e também a conservação do solo. Tudo isso garante uma maior produtividade.”.

Sequestro de carbono

De acordo com o IPCC, o potencial de sequestro de carbono do solo em terras agrícolas e pastagens é de 0,4 a 8,6 Gt CO2 eq por ano. Por isso o solo bem cuidado e produtivo tem uma capacidade enorme de auxiliar na redução das medidas climáticas.

“Um solo com carbono sequestrado consegue ser muito mais produtivo e mais fértil. Então acaba sendo bom para todos, meio ambiente e agricultura.

Commodities

Em relação a produção agrícola principalmente de commodities Piatto destaca que o Brasil pode produzir mais ocupando as áreas já abertas, sem necessidade de desmatamento.

“Deve haver uma verticalização da agricultura, ou seja, aumento sustentável de produtividade de grãos e também da pecuária. Isso pode ser feito ocupando os mais de 90 milhões de pastagens degradadas presentes no país que estão sem uso. Então, não há falta de terras, só precisa que elas sejam melhor aproveitadas.

Confira a entrevista completa