Brasil pode ganhar quase R$ 1 trilhão ao recuperar 12 milhões de hectares de florestas
Segundo estudo inédito, ao recuperar 12 milhões de hectares de florestas, o país pode gerar 2,5 milhões empregos e remover 4,3 bilhões de toneladas de CO2 da atmosfera
Para cumprir a meta assumida no Acordo de Paris (2015) de plantar 12 milhões de hectares de floresta até 2030, o Brasil precisa investir R$ 228 bilhões. A cifra é alta, mas seus desdobramentos positivos prometem ser ainda maiores. É o que mostra a onepage lançada pelo Instituto Escolhas, com os principais resultados de um estudo inédito.
Floresta é investimento
Na entrevista que concedeu ao programa Planeta Campo do Canal Rural, Virginia Antonioli gerente de projetos do Instituto Escolhas, afirmou que o investimento chegou a esse valor por dois motivos, um deles é o custo da inflação, com a alta nos valores de insumos, além do custo retroativo por todos os anos que o projeto não saiu do papel.
Outro fator é o avanço da ciência, assim o estudo foi refinado, para justamente incluir os ganhos de geração de alimentos e novos empregos.
A pesquisa ainda revela que, além de viabilizar o cumprimento de uma meta climática importante, todo esse investimento poderia gerar R$ 776,5 bilhões em receita líquida e criar 2,5 milhões de novos postos de trabalho.
A aplicação dos modelos propostos resultaria, ainda, na produção de 1 bilhão de m³ de madeira para comercialização e de 156 milhões de toneladas de alimentos.
Investimento
Essa é a segunda vez que o Escolhas calcula o investimento necessário para o cumprimento da meta brasileira.
O primeiro estudo, “Quanto o Brasil precisa investir para recuperar 12 milhões de hectares de florestas?”, foi lançado meses depois da assinatura do acordo e chegou à cifra de R$ 52 bilhões. De lá para cá, apenas 79,1 mil hectares foram recuperados.
“Isso é menos de 1% da meta original. E, agora, temos que correr atrás do passivo gerado, do custo de não termos feito nada. Não podemos perder de vista, no entanto, que os resultados compensam o investimento, ainda que ele esteja quatro vezes maior”, provoca Leitão.
O novo estudo atualiza o debate, usando bases de dados mais amplas e incluindo novos parâmetros, e deve ser lançado em breve.