Campanha destaca luta de mulheres na defesa da floresta amazônica
A campanha visa destacar e valorizar as tecnologias desenvolvidas por essas mulheres e comunidades
Em celebração ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, que ocorreu na última terça-feira (25), várias organizações lançaram a campanha “Tem Floresta em Pé, Tem Mulher”. O objetivo dessa iniciativa é dar destaque ao trabalho das mulheres que se dedicam à preservação da floresta amazônica e das comunidades tradicionais da região, apesar das disputas territoriais que exigem planos de preservação.
A campanha é fruto da colaboração entre quatro organizações: a Oxfam Brasil, a Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) e o Movimento Interestadual de Mulheres Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB). As três últimas instituições representam povos tradicionais.
Para identificar as mulheres que lutam pelos habitantes das áreas onde vivem as comunidades tradicionais, serão divulgados vídeos, fotos e textos nas redes sociais das quatro entidades.
Importância da campanha
Bárbara Barboza, coordenadora de justiça racial e de gênero da Oxfam, ressalta a importância de combater estereótipos em torno da defesa dos territórios e dar voz às pessoas que vivem neles. As experiências e orientações das ribeirinhas, quilombolas e extrativistas devem ser valorizadas.
A coordenadora enfatiza que cada ação das mulheres que vivem na floresta tem um significado importante, e a campanha visa destacar e valorizar as tecnologias desenvolvidas por essas mulheres e comunidades. Essas tecnologias são sofisticadas e resultam da transmissão de conhecimentos ao longo de gerações.
Por exemplo, no caso das quebradeiras de coco babaçu, é impressionante a destreza com que elas localizam as palmeiras com matéria-prima de qualidade durante suas caminhadas. Esses elementos estão intimamente ligados à preservação da memória e da cultura das comunidades que habitam a floresta, contribuindo, por consequência, para a preservação da própria floresta.
Muitas vezes, é nas atividades do cotidiano, como o bordado, que as lideranças compartilham a história de seu grupo e disseminam conhecimentos. Essas mulheres abordam questões como a titularidade das terras e outras agendas políticas. A justiça climática é um dos temas recorrentes nesses debates, e as mulheres o abordam com sensibilidade e sabedoria em seus encontros, rodas de conversa e cantorias.
Essa campanha é uma forma de homenagear e reconhecer o importante papel das mulheres que dedicam suas vidas à proteção da floresta e de suas comunidades tradicionais, contribuindo para a construção de um futuro mais sustentável e equilibrado para as próximas gerações.
Por Agência Brasil com edição de Guilherme Nannini