Estudo destaca importância de terras privadas para a conservação da biodiversidade
O estudo fornece insights importantes para formuladores de políticas públicas, proprietários de terras e conservacionistas dentro do cerrado brasileirop
Um novo estudo publicado na revista Science nesta segunda-feira (24) feito pela Aliança da Terra destaca que terras privadas no cerrado brasileiro desempenham um papel vital na proteção de espécies ameaçadas de vertebrados.
De acordo com a pesquisa, as áreas de reserva legal e proteção permanentes das propriedades rurais privadas podem acomodar entre 14,5% e 30% das áreas de distribuição de espécies ameaçadas. Nesse último caso, se fosse apenas considerado o habitat remanescente atual dessas espécies. É importante destacar que o cerrado é um bioma prioritário global para a conservação da biodiversidade.
O artigo é um trabalho conjunto escrito por pesquisadores da UFG, IBAMA, UnB, a ONG Aliança da Terra, a Universidade de Alcalá na Espanha e a Kansas State University nos EUA.
Além disso, a equipe de pesquisa desenvolveu um modelo de priorização para identificar áreas onde investimentos em restauração em terras privadas poderiam trazer melhores retornos para a conservação da biodiversidade.
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De acordo com o estudo a região Sudeste, grande centro econômico no Brasil, deve ser uma área prioritária para tais investimentos.
O Código Florestal Brasileiro inclui disposições para áreas de reserva legal dentro de propriedades privadas, mas sua relevância para a conservação nunca foi avaliada adequadamente.
O estudo destaca o potencial das terras privadas para a conservação da biodiversidade, apesar dos conflitos de uso da terra e dos desincentivos econômicos frequentemente associados a tais esquemas.
“Nós já sabíamos que essas áreas eram importantes para a biodiversidade. Porém, pela primeira vez isso foi mapeado e se percebeu que elas desempenham um papel muito maior do que a gente imaginava,” conta Caroline Nóbrega, diretora geral da Aliança da Terra.
O estudo ainda fornece insights importantes para formuladores de políticas públicas, proprietários de terras e conservacionistas. Destacando a importância de terras privadas na promoção de paisagens amigáveis à biodiversidade e na manutenção do fluxo de serviços ecossistêmicos.
“Os resultados também enfatizam a necessidade de avaliação contínua e melhoria dos quadros legais para garantir a conservação efetiva de espécies ameaçadas e seus habitats”, finaliza Nóbrega.