Governo planeja maior fiscalização de desmatamento em fazendas
A proposta pretende utilizar financiamento do Fundo Amazônia para ser colocada em prática
Em meio à crescente pressão internacional pela preservação da Amazônia, o Governo Federal anunciou a criação de um sistema para monitorar as autorizações de desmate legal emitidas pelos Estados.
A iniciativa, é recebida com ceticismo por especialistas, que levantam dúvidas sobre sua efetividade e apontam para as raízes estruturais do problema.
O projeto ainda está em fase inicial e depende da aprovação de verbas pelo Fundo Amazônia. A estruturação do sistema, sob responsabilidade da Abema (Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente), também apresenta desafios técnicos e de padronização.
Especialistas em meio ambiente reconhecem a iniciativa como um passo positivo, mas alertam para suas limitações. O sistema, por si só, não resolve as falhas estruturais na fiscalização e no licenciamento ambiental, nem pune os responsáveis pela devastação.
Falta de transparência e dados inconsistentes
A falta de transparência e a inconsistência dos dados fornecidos pelos estados dificultam a avaliação da real efetividade do sistema. A integração com o CAR (Cadastro Ambiental Rural), sob responsabilidade do MGI (Ministério da Gestão e da Inovação), também gera preocupações quanto à segurança e à proteção de dados.
Embora o novo sistema represente um esforço do governo federal, especialistas alertam que o combate ao desmatamento exige medidas mais abrangentes e estruturais.
Ações como o fortalecimento da fiscalização, punição exemplar dos infratores, investimento em alternativas sustentáveis para as comunidades e combate à grilagem de terras são medidas tidas como as mais recomendadas para proteger os biomas brasileiros.