Tecnologia prevê incêndios florestais com até 10 dias de antecedência

Inovação através de satélites auxiliam a identificar potenciais riscos e peradotar medidas de controle de forma mais rápida.

Tecnologia prevê incêndios florestais com até 10 dias de antecedência

Há dois anos, uma empresa fundada em Lages (SC), chamou atenção por causa de seu algoritmo que prevê incêndios florestais com dez dias de antecedência e até 90% de precisão. 

A startup monitora 3 milhões de hectares de florestas em cinco países – Brasil, Portugal, Espanha, Marrocos e Estados Unidos. Seu sistema usa dados de 110 nanossatélites sobre relevo, vegetação, meteorologia e fatores humanos, como proximidade de estradas, campings e áreas de caça e pesca.

Objetivo

O diretor de mercado da startup, Diogo Machado, explica que a empresa tem o objetivo de fazer a previsão de incêndios florestais fornecendo um mapa de risco com 10 m de resolução. Assim, os clientes podem fazer protocolos preventivos para minimizar o problema”, disse. 

Machado explica ainda que a empresa usa diferentes constelações de satélites para chegar ao resultado final. Alguns satélites são relacionados à meteorologia, outros ao estresse hídrico, outros relacionados ao tipo de vegetação. Com isso,  juntamos quase 40 etapas desse processo para entregar a predição de incêndio. Nosso algoritmo considera também o desmatamento, que precede os incêndios em 46% das vezes”, comentou. 

O diretor ressaltou que mais de 90% das ignições tem fator humano, intencionalmente ou não. “Esses fatores humanos também estão correlacionados. Outra coisa que é muito interessante no mapeamento de risco é que cada tipo de vegetação importa”, disse.

A empresa atende todos os tipos de clientes e a cobrança acontece de forma anual e por hectare. “Existem dois tipos de clientes: aqueles que recebem o aviso e fazem o que tem que ser feito. Estes não apresentam nenhum foco de calor. E aqueles que recebem as informações e não fazem o que tem que ser feito”, explicou. 

Incêndios em unidades de conservação 

Segundo os dados do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) os incêndios florestais em unidades de conservação federal foram menores, em área queimada, em 2021. 

O total de 892 mil hectares representa 24% a menos do que o registrado em 2020, quando o fogo consumiu 1,18 milhão de hectares. Cada hectare equivale ao tamanho de um campo de futebol.

O bioma mais afetado foi o cerrado, que teve quase 700 mil hectares queimados no ano passado – quase 80% do total queimado em áreas protegidas no país. Essa quantidade foi menor do que em 2020, quando o fogo consumiu mais de 890 mil hectares.

O segundo bioma que mais perdeu floresta para o fogo em 2021 foi a Amazônia, com quase 150 mil hectares queimados, três mil hectares a menos do que no ano anterior. Já no Pantanal e nos Pampas, não foram registrados incêndios nos biomas em 2021.