Preocupação com o futuro domina discussões no 5º GAF 2022
Durante o Global Agribusiness Forum, discussões se voltaram sobre qual será o futuro do agronegócio no Brasil. 5º GAF 2022 foi realizado em São Paulo.
O futuro do Brasil como produtor de alimentos e quais são as alternativas para o desenvolvimento sustentável do país foram os principais temas discutidos durante o 5º GAF 2022, o Global Agribusiness Forum, que aconteceu em São Paulo.
Um dos exemplos é o etanol. O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, destacou que o combustível produzido a partir da cana-de-açúcar é a energia do futuro.
Uso de recursos na produção rural
Em um dos painéis do 5º GAF 2022, a discussão foi sobre como o agronegócio pode utilizar recursos naturais de forma mais eficaz.
“Eu vejo que o produtor rural –que está produzindo muito– tem essa preocupação com o meio ambiente, está cada vez usando boas tecnologias. Eu acho que isso já vinha antes, e vai ser cada vez mais frequente”, afirma Teka Vendramini, presidente da Sociedade Rural Brasileira e mediadora do debate.
“Sem o Brasil, o mundo passa fome”
Em discurso na abertura do 5º GAF 2022, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que o Brasil não pode ficar desabastecido por falta de fertilizantes, e lembrou conversa que teve com presidente da Rússia, Vladimir Putin, que “liberou” a exportação do insumo ao nosso país.
Bolsonaro também citou uma reunião que teve, há três meses, com a presidente da Organização Mundial do Comércio (OMC), Ngozi Okonjo-Iweala, em que os temas da fome e do desabastecimento alimentar foram discutidos.
“Ela mesma disse, alguns dias depois da reunião, que o mundo sem o Brasil passa fome”, afirmou.
Foco no pequeno produtor
O ministro de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Marcos Montes, avaliou como positivas as discussões levantadas no 5º GAF 2022, e afirmou que todas as questões sobre sustentabilidade, segurança alimentar e desenvolvimento passam também pela ampliação das tecnologias usadas no campo.
Montes também lembrou que o governo federal oferece várias opções de assistências técnicas para os produtores, e que a conectividade é um empecilho que será superado.
“Hoje o grande produtor tem acesso fácil a essa tecnologia, mas tenho convicção que nós vamos chegar rapidamente aos pequenos e médios produtores com todos esses acessos facilitados. Agricultura de precisão não tínhamos antes, agora ela tem a precisão de um centímetro. É questão de tempo”, avaliou.
Os desafios do Brasil
Assim como o presidente da República, Plínio Nastari, presidente do DATAGRO, acredita que o Brasil tem um papel chave na distribuição de alimentos para o mundo.
Nastari, que também participou dos debates promovidos pelo 5º GAF 2022, aponta que o principal desafio do país é agregar valor.
“Não só na questão do volume, mas captando valor por meio de certificações ambientais que não usem critérios distorcidos ou medidas protecionistas, mas que garantam para o consumidor final que tudo está sendo feito da forma mais sustentável, com desmatamento zero e preservando recursos naturais”, avalia.
A tecnologia é o grande segredo
O presidente da Embrapa, Celso Moretti, disse ao Planeta Campo que considera que o Brasil soube mostrar uma grande evolução, quando deixou de ser um importador de alimentos e passou a ser um dos maiores produtores de alimentos e bioenergia.
“Nós aumentamos a produção, a produtividade, e desenvolvemos um conjunto robusto de tecnologias para ser um dos setores mais sustentáveis do país”, explica.
As tecnologias desenvolvidas pela Embrapa, como os programas de melhoramentos genéticos, que permitem adaptação das plantas aos diferentes climas e maior resistência às pragas e doenças, o uso mais eficiente de água para irrigação, uso racional de energia e outros projetos que garantem a sustentabilidade no campo são exemplos apontados pelo presidente da Embrapa de como a tecnologia brasileira se aperfeiçoou ao passar dos anos.
Moretti também foi um dos palestrantes do 5º GAF 2022.