Indicação geográfica para carne pantaneira deve chegar até 2024

A intenção é usar a identificação da carne como um selo de qualidade que diferencie e valorize os produtos, permitindo que os produtores sejam remunerados pelos serviços ambientais

A Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável (ABPO) espera que a indicação geográfica da carne de gado criado no Pantanal seja concedida até julho. De acordo com o presidente da ABPO, Eduardo Cruzetta, a identificação não apenas reconhece as características do produto final, mas também todo o modelo de produção.

“Precisamos mostrar como é feita a conservação do nosso bioma, fazer com que o consumidor entenda da onde está vindo esse produto, promover sua rastreabilidade. Tudo isso fica ainda mais fácil com a indicação geográfica,” ressalta.

A intenção é usar a identificação como um selo de qualidade que diferencie e valorize os produtos, permitindo que os produtores sejam remunerados pelos serviços ambientais. A ABPO tem atualmente membros apenas em Mato Grosso do Sul, mas está negociando a adesão de produtores de Mato Grosso.

Pecuária Expansiva No Pantanal, Carne

Foto: Semad

Dados

No ano passado, a ABPO abateu 79 mil bovinos sob os protocolos de carne sustentável ou orgânica, gerando 14,5 mil toneladas de carne. Neste ano, a expectativa é abater 130 mil cabeças certificadas. A associação também espera contribuir para o debate nacional sobre a rastreabilidade de bovinos, uma vez que o protocolo da ABPO exige rastreabilidade desde o nascimento dos animais.

Cruzetta acredita que mecanismos que valorizem o produto sustentável são importantes para destravar a rastreabilidade no Brasil e ressalta que o pecuarista que vende ao frigorífico é frequentemente recompensado, enquanto o produtor de cria não é.

“Além de tudo isso, ainda temos uma grande questão do mercado de carbono. Acaba sendo toda a cadeia sustentável”, finaliza.