Mato Grosso deve ter queda de 7% na safra de soja devido às mudanças climáticas
Segundo projeções do Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea), a colheita de soja esperada para o estado é de 42,13 milhões de toneladas, uma queda de 7,04% em relação ao ciclo anterior
As mudanças climáticas estão causando impactos significativos na safra de soja em Mato Grosso, o maior produtor do grão no Brasil. Segundo projeções do Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea), a colheita esperada para o estado é de 42,13 milhões de toneladas, uma queda de 7,04% em relação ao ciclo anterior.
A redução na produtividade é resultado de uma série de fatores, incluindo chuvas irregulares, temperaturas elevadas e o efeito do fenômeno climático El Niño. A seca observada na bacia amazônica dificultou a ocorrência de chuvas generalizadas, enquanto as altas temperaturas registradas também afetaram negativamente a produção agrícola.
O Imea estima que a queda na safra de soja em Mato Grosso represente uma perda de R$ 3,3 bilhões para o estado. Os produtores rurais também serão afetados, com custos de produção mais elevados e redução nos lucros.
Soja impacta economia
A redução na safra de soja também tem impactos negativos para a economia brasileira. O grão é um dos principais produtos de exportação do país, e a queda na produção pode reduzir a receita com vendas externas.
Os próximos meses podem apresentar melhorias, com a influência do fenômeno El Niño perdendo força. No entanto, as chuvas ainda podem permanecer irregulares, causando preocupações para o mercado e os produtores.
“A perda na produção de soja, um componente vital para a economia, representa um desafio considerável. Em meio a esses desafios, a necessidade de medidas eficazes para combater as mudanças climáticas e promover a sustentabilidade torna-se evidente, não apenas para a preservação ambiental, mas também para a resiliência econômica do país”, diz Marco Antonio, agrometeorologista da Rural Clima.
Recomendações da OCDE
Em um relatório divulgado recentemente, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) destacou a necessidade de o Brasil adotar medidas para reduzir os impactos das mudanças climáticas.
A OCDE recomenda que o país aprimore a infraestrutura, incentive o desenvolvimento do mercado de carbono e cumpra rigorosamente a legislação contra o desmatamento.
A entidade estima que essas medidas poderiam gerar um impacto positivo no PIB brasileiro, reduzindo os custos dos eventos climáticos extremos e aumentando a produtividade agrícola.