Abelhas são entregues a produtores para recuperação de reserva legal
Iniciativa também visa promover a geração de renda extra e os insetos também indicam a qualidade ambiental das áreas
No início deste mês de maio, em Prudentópolis, no Paraná, a Embrapa Florestas entregou a produtores quarenta caixas tecnificadas com abelhas nativas sem ferrão referentes ao projeto em parceria com o Sistema Gralha Azul. Este projeto consiste na instalação de Unidades de Referência Tecnológicas (URT´s) em 13 propriedades rurais, nas quais, além do incentivo à meliponicultura, será realizado também o plantio de araucárias.
As abelhas poderão ser uma fonte de renda para produtores, além de funcionarem também como um indicador de qualidade ambiental das áreas, e atuarem como parte dos modelos de recuperação florestal em reservas legais. As URTs contempladas foram as de Balsa Nova, Campo Largo, Cruz Machado, Irati, Ivaí, Manoel Ribas, Pinhão, União da Vitória, Guarapuava, São Mateus do Sul, Turvo,Palmeira e Ponta Grossa.
Entrega das caixas
O evento ocorreu em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR) e reuniu 30 pessoas. No local foram realizadas apresentações que prepararam técnicos e agricultores para a instalação, formalização, manejo e ampliação de meliponários. Os trabalhos foram conduzidos pelo pesquisador Guilherme Schnell e Schühli, da Embrapa Florestas, e Marlon Tiago Hladczuk, técnico do IDR, com o suporte do analista da Embrapa Florestas Ives Goulart e do pesquisador da Embrapa Florestas Sergio Ricardo da Silva.
Em seguida, foi realizada uma visita à propriedade do produtor rural e meliponicultor Antonio Rosado Costa. Neste local foi feita uma demonstração prática do funcionamento do meliponário, seguida da distribuição das caixas racionais (ou tecnificadas) com colônias de abelhas nativas sem ferrão. O termo “racionais” se deve ao fato destas terem sido desenvolvidas para o manejo das abelhas sem ferrão.
Os agricultores representando as 13 URTs do projeto receberam duas caixas de abelhas Jataí (Apidae: Meliponini: Tetragonisca angustula) e mais duas caixas racionais vazias para expansão do meliponário. “As abelhas, além do fundamental serviço ambiental na polinização das espécies florestais (influenciando positivamente em variáveis como diversidade alélica, número de sementes, vigor e taxa de germinação), agregam qualidade de vida e renda ao pequeno produtor”, afirma o pesquisador Guilherme Schnell e Schühli, da Embrapa Florestas, responsável pela atividade de meliponicultura no projeto.
De acordo com Schühli, no projeto em parceria da Embrapa Floresta e o Sistema Gralha Azul, as espécies florestais são o eixo de articulação com a meliponicultura, porque oferecem recursos florais (néctar e pólen) que sustentam a produção das abelhas sem ferrão. “A partir dos modelos instalados em reserva legal, é possível produzir já, a partir do primeiro ano, mel, pólen e mesmo ampliar o número de colônias no plantel. Um meliponário com abelhas desta espécie pode ser instalado e mantido com baixo investimento, rendendo por ano de R$ 90 a R$ 120 por caixa, se orientado para a produção de mel e de R$320 reais por caixa, se orientado à venda de colônia”, explica. Nestes ganhos ainda não estão considerados outros produtos meliponícolas como a própolis, o verniz de própolis e o pólen.
Além deste trabalho, a Embrapa Florestas mantém outros projetos que articulam as espécies florestais à meliponicultura, no sentido de ampliar a produção florestal não madeireira com a valorização de nossa biodiversidade florestal. Para saber mais informações, acesse nosso SAC aqui: http://www.embrapa.br/fale-conosco/sac
Fonte: Embrapa