Fortalecimento da pesca no RN garante segurança e sustentabilidade para o setor pesqueiro
Com a liberação de licenças, a pesca do atum triplicou, impactando significativamente na renda de centenas de famílias de pescadores da região
O fortalecimento da pesca no Rio Grande do Norte (RN), com segurança e sustentabilidade, foi o principal tema de debate no Seminário do AgroNordeste – Pesca e Aquicultura, ocorrido em Areia Branca (RN), nesta quinta-feira (18). Com a liberação de licenças concedidas no âmbito do AgroNordeste, por meio da Secretaria de Aquicultura e Pesca (SAP) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a pesca do atum triplicou, impactando significativamente na renda de centenas de famílias de pescadores da região.
De acordo com o Secretário da SAP, Jorge Seif, a parceria com o AgroNordeste trouxe dignidade para a cidade de Areia Branca e oportunidades para os pescadores e para todos na região. “Hoje temos aproximadamente 50 embarcações da pesca de cardume associado, modalidade regulamentada em 2019. A legalização da atividade permitiu que os pescadores tivessem acesso a recursos, como Plano Safra e outros. Isso trouxe mais investimentos para o segmento, tanto na área estruturante, quanto na de comercialização”, explicou Seif. “Sem dúvida há uma transformação aqui”, completou.
Luzimar Damacena Moreira, pescador há 22 anos, é um destes profissionais que teve sua vida transformada. Ele conta que, a partir de 2019, com as mudanças decorrentes da legalização da pesca de cardume associado (atum), muita coisa mudou. “Nesses três últimos anos, eu e meus companheiros demos um salto de qualidade na pesca e na vida”, disse entusiasmado.
Com um ganho mensal cinco vezes maior, Moreira diz que as condições de trabalho também melhoraram. “Trabalhei por anos sem resultado, agora tenho seis terrenos, constitui uma família e estou construindo minha casa na cidade. Hoje, graças ao empenho do governo federal, o pescador, aqui em Areia Branca, tem valor, e muito valor”, declarou.
Pedro Gilson, o Pedro do Atum, ex-pescador e hoje armador, assim como os pescadores, se diz entusiasmado com as mudanças ocorridas em Areia Branca. “Cheguei aqui há oito anos, não tínhamos um cais decente para desembarcar os peixes, não tínhamos fábricas de gelo e a pesca por cardume associado era irregular. Pensei em ir embora, apesar de ver potencial na região. Não havia, na época, interesse real dos governantes em desenvolver o setor da pesca, mas graças a Deus, ao governo e ao AgroNordeste, isso mudou”, relatou.
O armador conta que há no município, hoje, três cais certificados, duas fábricas de gelo com capacidade de produção de 150 toneladas/dia e uma frota de 58 barcos, o que possibilitou o aumento expressivo nas vendas do pescado para São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e todo o Nordeste. “Em uma embarcação temos 25 famílias diretamente beneficiadas, com uma renda que pode variar de R$ 3 a R$ 15 mil, dependendo da função que o pescador exerce. Temos ainda a perspectiva da chegada de uma indústria, que vai gerar mais 400 empregos. Isso demonstra que a aposta do Governo em apoiar e desenvolver da pesca em Areia Branca estava certa. Somos muito gratos”, afirmou.
Para o Superintendente Federal da Agricultura no Rio Grande do Norte, Roberto Carlos Papa, o AgroNordeste cumpre bem seu papel, que é o de integrar políticas, parceiros e atores que contribuem para o fortalecimento do desenvolvimento da agropecuária no Estado. “No caso de Areia Branca, o papel do AgroNordeste foi trazer aos pescadores e armadores uma visão mais profissional, para que conseguissem um pescado que oferecesse segurança sanitária e ambiental. Como resultado das parcerias, trouxemos legalidade para os pescadores, qualidade e produtividade para o pescado”, disse Papa.
Também participaram do evento o diretor técnico do AgroNordeste, Paulo Melo; o presidente de Frente Parlamentar em Prol do Semiárido, deputado federal General Girão; a prefeita de Areia Branca, Iraneide Rebouças; representantes da Marinha do Brasil, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); além de autoridades locais, pescadores e armadores.
Com informações da Agência Brasil