Amazônia e a sustentabilidade na COP 29: investimento, conservação e o papel dos pequenos produtores
Na COP 29, a diretora do Fundo JBS pela Amazônia, Andrea Azevedo, destaca a necessidade de investimentos e parcerias para apoiar pequenos produtores, preservar a biodiversidade e valorizar o potencial da agricultura regenerativa e da bioeconomia na Amazônia
Amazônia e Sustentabilidade: Prioridades para a COP 30
Em entrevista, Andrea Azevedo, diretora do Fundo JBS pela Amazônia, compartilhou sua visão sobre o papel vital da Amazônia para o clima global e a segurança hídrica. Azevedo ressaltou a importância da região como um ativo ambiental estratégico para o Brasil e o mundo, destacando que a conservação da floresta não se limita ao aspecto ambiental, mas abrange também questões sociais e econômicas. “Precisamos de investimentos para a transição necessária, valorizando a floresta em pé e trabalhando pela recuperação de solos degradados por meio da pecuária e agricultura regenerativas,” explicou.
Durante a COP 29, Azevedo enxerga uma oportunidade de projetar os esforços realizados pelo país para proteger sua biodiversidade e apoiar os pequenos produtores da Amazônia. “Essa é uma chance única de mostrarmos ao mundo nossos avanços e também os desafios, reforçando a necessidade de parcerias para assegurar uma produção sustentável,” afirmou.
Transformação da Agricultura Familiar e o Papel da Bioeconomia
Segundo Azevedo, a agricultura familiar ocupa cerca de 78% da área pecuária em propriedades de até 200 hectares, com desafios como acesso a crédito e tecnologias adequadas. O Fundo JBS pela Amazônia apoia esses produtores por meio de assistência técnica e programas específicos, que contribuem para a transição sustentável, gerando valor e renda para a floresta. Um dos focos é a promoção da bioeconomia e do ecossistema de negócios sustentáveis para a floresta em pé, um dos pilares da atuação do fundo.
“Queremos florescer a bioeconomia, ajudando a transformar o ecossistema de negócios da floresta em algo próspero e sustentável,” destacou Azevedo. Além disso, ela mencionou o apoio aos Escritórios Verdes, que auxiliam os produtores com regularização fundiária e assistência técnica, um modelo que será importante para enfrentar os desafios locais de forma abrangente.
Amazônia como Vitrine e o Compromisso com a Segurança Alimentar
Para Andrea Azevedo, a COP 30 será um marco importante para impulsionar o debate sobre conservação, recuperação de áreas degradadas e tecnologias tropicais, que fazem do Brasil um líder em agricultura sustentável. “Precisamos destacar o potencial de recuperação das áreas degradadas, para que possamos aumentar nossa produção sem derrubar mais árvores,” explicou. Azevedo defendeu ainda o papel do Brasil em manter a segurança alimentar global com uma produção de baixo carbono, promovendo práticas agrícolas que permitem até três safras ao ano em algumas regiões do país.
Na visão da diretora, “não é possível falar de mudanças climáticas sem falar de segurança alimentar,” tornando essencial que o Brasil demonstre ao mundo seu compromisso com práticas sustentáveis e inovação agrícola que reduzam impactos ambientais.