Assembleia gaúcha reconhece aviação agrícola como atividade essencial: impactos e desafios

Projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul reconhece a pulverização aérea como atividade de interesse público e social, gerando debates sobre segurança, eficiência e impactos ambientais.

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou recentemente um projeto de lei que reconhece a pulverização aérea como uma atividade de relevante interesse público, social e econômico. A proposta, que agora aguarda sanção do governador Eduardo Leite, trouxe à tona um debate sobre os benefícios e desafios da aviação agrícola. Para entender melhor o impacto dessa decisão, o Planeta Campo entrevistou Gabriel Colle, diretor executivo do Sindag (Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola).

Papel Essencial na Produção de Alimentos

Segundo Colle, a aviação agrícola desempenha um papel indispensável na agricultura gaúcha, especialmente na produção de arroz, que depende quase integralmente dessa tecnologia. “O arroz é um alimento presente na mesa de todos os brasileiros, e no Rio Grande do Sul, ele não seria produzido em larga escala sem o uso da aviação agrícola”, destacou.

Além do impacto social, Colle ressaltou a contribuição econômica da atividade. “A aviação agrícola movimenta todo o estado, gerando empregos e fortalecendo a cadeia produtiva rural”, afirmou.

Segurança e Tecnologia Avançada

Sobre a segurança das pulverizações aéreas, Gabriel enfatizou o alto nível de profissionalização do setor e os avanços tecnológicos que garantem precisão e eficácia. Ele citou o uso de equipamentos como o DGPS e fluxômetros, que asseguram que os produtos cheguem exclusivamente ao alvo. “As aplicações são feitas sob rígida regulamentação, com supervisão constante do Ministério da Agricultura e da ANAC”, explicou.

Além disso, dados recentes de um estudo da Universidade de Brasília confirmaram a segurança da pulverização aérea. “Foram analisadas mais de 400 amostras em todo o Brasil, e os resultados atestam que a prática é segura e eficiente”, disse.

Respostas às Críticas

Apesar dos avanços, a proposta enfrentou resistência de críticos que apontam possíveis impactos ambientais e riscos à saúde de comunidades rurais. Gabriel Colle atribuiu essas preocupações à falta de informação e destacou a necessidade de uma comunicação mais assertiva entre os setores envolvidos.

“As críticas à interferência em outras culturas, como a vitivinicultura, precisam ser tratadas com diálogo. Trabalhamos com biológicos e químicos, respeitando a regulamentação e as práticas agrícolas locais”, explicou.

Drones e o Futuro da Aviação Agrícola

Colle também mencionou o crescimento do uso de drones no setor. “Os drones são uma tecnologia promissora, que complementa o trabalho das aeronaves tradicionais e aumenta a eficiência no campo”, afirmou.

O projeto aprovado no Rio Grande do Sul representa um marco para a aviação agrícola, consolidando sua relevância no setor agropecuário e destacando sua contribuição para a segurança alimentar no Brasil. Contudo, a sanção do governador e o fortalecimento do diálogo com críticos serão fundamentais para que a atividade continue evoluindo de forma sustentável.