Bem-Estar animal e sustentabilidade: Novas soluções para pecuária moderna

O programa Nacional de Touros Jovens e novas tecnologias de manejo visam melhorar o bem-estar e a produtividade dos bovinos, atendendo às demandas da pecuária sustentável.

O comportamento dos animais de pecuária é um fator crucial para o sucesso das operações agropecuárias. Cada animal reage de maneira diferente ao entrar na contenção, com alguns sendo mais tranquilos e outros mais difíceis de serem avaliados. Essa variação de comportamento é um dos focos do Programa Nacional de Touros Jovens (PENAT), realizado pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) em parceria com a Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (Fazu).

A cada 28 dias, os garrotes são pesados, e avaliações detalhadas de temperamento e reatividade são realizadas. Além disso, variáveis fisiológicas relacionadas ao conforto e bem-estar dos animais, como frequência respiratória, temperatura retal e taxa de exaustão, são monitoradas. “Coletar o maior número de fenótipos nos permite entender melhor o desempenho dos animais em diferentes condições”, explica um representante do programa.

Essas avaliações são fundamentais para entender como os bovinos interagem com seu ambiente. Dados coletados sobre comportamento e estresse são usados para ajustar instalações e manejo, garantindo melhorias no bem-estar do rebanho. A relação entre temperamento, estresse e desempenho é clara: animais estressados tendem a ter um desempenho inferior.

A indústria também está atenta a esses estudos e está desenvolvendo soluções inovadoras para atender às novas demandas da pecuária. Recentemente, uma empresa especializada em ferramentas de contenção lançou um novo modelo de manejo, focado em acessibilidade e sustentabilidade. “Nosso objetivo é levar bem-estar animal e produtividade para dentro do curral, ajudando a criar uma pecuária mais sustentável,” afirma o representante da empresa.

O novo equipamento foi desenvolvido com tecnologias avançadas de engenharia, incluindo simulações computacionais para garantir a segurança e a eficiência no manejo dos animais. As dimensões e a resistência da ferramenta foram ajustadas para atender às necessidades dos produtores de médio e pequeno porte, que representam 70% dos pecuaristas brasileiros.

Com essas inovações, o manejo dos animais se torna mais seguro e eficiente, reduzindo perdas de rendimento e melhorando a qualidade da produção. A coleta de dados fenotípicos continuará a ser uma prioridade, permitindo um entendimento mais profundo das variáveis que influenciam o bem-estar e a produtividade dos bovinos.