Brigadas voluntárias combatem incêndios no Brasil com tecnologia de ponta e treinamento especializado
Em meio ao avanço dos incêndios no Brasil, a ONG Aliança da Terra destaca a importância do treinamento de brigadistas voluntários e o uso de tecnologia para combater focos de fogo em áreas rurais e protegidas.
Com o aumento dos focos de incêndio em todo o Brasil, especialmente no Pantanal e na Amazônia, brigadas voluntárias estão desempenhando um papel crucial no combate às queimadas. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o país já registrou mais de 154 mil focos de calor somente no mês de setembro. A diretora da ONG Aliança da Terra, Caroline Nóbrega, destacou, em entrevista ao programa Planeta Campo, como o treinamento de brigadistas e o uso de tecnologia têm sido fundamentais para conter as chamas.
A Aliança da Terra, através do projeto Brigada Aliança, já atua há 15 anos em áreas rurais, capacitando voluntários e funcionários de fazendas para atuar na linha de frente contra incêndios. Nos últimos 25 dias, as equipes da ONG combateram 50 focos de incêndio, demonstrando a importância da preparação contínua e da colaboração com comunidades locais. “Nosso trabalho é pautado na tecnologia social, aliada ao reconhecimento territorial e à formação de alianças com produtores rurais e comunidades tradicionais”, explica Caroline.
Redução de queimadas com uso de tecnologia
Um dos destaques da atuação da ONG é a impressionante redução das áreas queimadas em Goiás e no Pantanal, onde os esforços conjuntos e a utilização de tecnologias avançadas, como drones e imagens de satélite, permitiram uma queda de 97% nas áreas afetadas pelo fogo. “O fogo é uma questão que precisa ser tratada o ano inteiro, não apenas nos meses críticos”, reforça Caroline, apontando que o trabalho de prevenção e monitoramento é tão importante quanto o combate direto às chamas.
Desafios e necessidades no combate ao fogo
Apesar dos avanços, Caroline ressalta os desafios que as brigadas enfrentam no campo. A falta de equipamentos e a necessidade de mais voluntários capacitados são barreiras constantes. “Muitas vezes, recebemos doações de equipamentos quando o fogo já está fora de controle, o que torna mais difícil fazer esses recursos chegarem aos brigadistas a tempo”, lamenta.
A capacitação dos brigadistas é um ponto crucial. Além de um bom condicionamento físico para suportar longas horas de combate ao fogo, eles também precisam dominar o uso de tecnologias como drones, para mapear áreas e traçar estratégias eficazes de combate. Caroline destaca que a profissionalização da função do brigadista, assim como o uso adequado das novas tecnologias, é essencial para a eficácia das ações em campo.
Com resultados expressivos em diversas regiões do Brasil, a ONG Aliança da Terra continua a expandir sua atuação, principalmente em biomas como a Amazônia, onde a colaboração com comunidades locais e indígenas tem gerado efeitos positivos. Para Caroline, o segredo do sucesso está na união de forças: “Somente com tecnologia, capacitação e alianças locais conseguiremos vencer essa batalha contra o fogo”.
A temporada de incêndios segue sendo um grande desafio para o Brasil, mas iniciativas como a Brigada Aliança mostram que, com planejamento e esforços coordenados, é possível proteger o patrimônio natural do país.