Calamidade no RS é resultado do passivo ambiental do estado, diz pesquisador
Destruição das Áreas de Proteção Permanente (APPs) no estado chega a 52%, conforme estudo realizado em 2014
A calamidade climática que se abate sobre o Rio Grande do Sul é consequência das mudanças climáticas?
O pesquisador do Observatório de Bioeconomia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Eduardo Assad, afirma que não há a menor dúvida a respeito deste assunto.
“Estamos observando, relatando, escrevendo e publicando desde quando surgiu o primeiro relatório do IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas], em 2007, que os eventos extremos iam se acentuar. Entenda-se por eventos extremos as ondas de calor, de frio e o aumento de chuva”.
Ele lembra que em 2014, a iniciativa privada financiou um estudo em todo o Brasil para verificar a situação das Áreas de Proteção Permanente (APPs) nos biomas do país.
“Fizemos esse estudo, inicialmente, para Mata Atlântica e Cerrado. No caso do Rio Grande do Sul, existe um passivo ambiental de 52%, ou seja, esse é o número de destruição das APPs no estado, que são fundamentais para a regulação de cheias e enchentes”
Segundo ele, não falta embasamento científico para provar que a ação humana, com o aumento de emissão de gases do efeito estufa, são a causa direta das calamidades climáticas que, inclusive, tendem a se intensificar nos próximos anos.
Acompanhe a entrevista completa do pesquisador: