Carbono Neutro é discutido na cafeicultura
Cooperativas têm demonstrado interesse em apoiar o produtor para que práticas sustentáveis sejam mais comuns na cafeicultura
O tema “redução/neutralização de emissão de carbono no cafeeiro”, transformou-se no principal foco de discussão do Conselho Nacional do Café, a CNC. Em parceria com a Embrapa, o Comitê de Sustentabilidade do órgão ouviu a pesquisadora Dra. Arminda Moreira de Carvalho (Embrapa Cerrado), sobre o projeto coordenado por ela “Balanço de carbono e emissão de gases de efeito estufa (GEE) na cafeicultura do Cerrado”. As pesquisas realizadas já quantificaram as emissões e mostraram a capacidade das lavouras em estocar carbono.
Para o presidente do CNC, Silas Brasileiro, as cooperativas têm demonstrado interesse em apoiar o produtor para que práticas sustentáveis sejam mais comuns na cafeicultura. “Devemos ter em mente que sustentabilidade não é apenas preservação do meio ambiente. Há um tripé ambiental, social e econômico que devemos seguir. Portanto, os cafés sustentáveis e com emissão neutra de carbono, por exemplo, precisam remunerar o produtor de forma diferenciada, pois é o que acontece em outras cadeias produtivas. Muitas vezes, um produtor aplica todos os conceitos na sua propriedade, enquanto seu vizinho polui de forma irresponsável, mas lá na ponta o valor do produto é igual. Consideramos isso injusto. Vamos buscar planos de remunerar o produtor para que ele preserve, mas seja melhor remunerado, pois seu café é diferenciado”.
COP – 26
O mundo todo fala em sustentabilidade. Isso porque faltam menos de sete dias para a COP-26 (Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima). O encontro acontecerá entre os dias 31 de outubro a 12 de novembro, na cidade de Glasgow, na Escócia. O evento ocorre anualmente, tendo que ser adiado em 2020 por conta da pandemia de COVID-19. A conferência reúne 197 países para debater assuntos sobre as mudanças climáticas e como serão solucionados os efeitos que elas causam
O Brasil irá propor reduzir a emissão de carbono equivalente em 1,1 bilhão de toneladas no setor agropecuário. Essa meta foi definida pelo Plano Setorial de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária, chamado de ABC+, para o período de 2020 – 2030. O valor é sete vezes maior do que o plano definiu em sua primeira etapa na década passada.