Chuvas e ventos extremos: o que são as microexplosões e como se formam
Entenda como a combinação de chuvas intensas e rajadas de vento se forma como microexplosões, uma aparência natural que pode causar acidentes semelhantes aos de tornados, segundo o meteorologista Arthur Muller.
Arthur Muller explica um fenômeno que vem gerando bastante preocupação no Brasil: a microexplosão, também conhecida como downburst. Esse evento meteorológico ocorre quando uma massa de ar frio desce rapidamente e atinge o solo com grande intensidade, causando ventos fortes e até chuvas volumosas em um curto período de tempo. Muitas vezes, é confundido com danos causados por tornados, tamanha a força destrutiva que pode provocar.
Como se forma a microexplosão?
Segundo Muller, a microexplosão se origina em nuvens de cúmulos nimbos, aquelas nuvens de tempestade de grande desenvolvimento vertical, associadas a fortes chuvas e raios. Quando a chuva cai com grande intensidade, ela pode “ficar presa” na nuvem antes de descer repentinamente. Imagine uma caixa d’água estourando, com toda a água caindo de uma vez: esse é o efeito causado pela microexplosão.
Além disso, os ventos gerados por esse fenômeno podem atingir velocidades de até 120 km/h, derrubando árvores, postes e até causando destruição em casas e plantações. O fenômeno ocorre principalmente em áreas com clima quente e úmido, como a Amazônia, e em regiões do Sul do Brasil, especialmente quando uma frente fria se aproxima.
Impactos no agronegócio
A previsão para os próximos dias indica que as tempestades e microexplosões podem se repetir, principalmente nas regiões do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Muller alerta que, com a chegada de uma frente fria e a presença de um cavado – um sistema de baixa pressão – o tempo severo será ainda mais intenso, com possibilidade de ventos fortes e até queda de granizo. Para o agronegócio, esse cenário exige atenção, já que os ventos fortes podem destruir lavouras, derrubar cercas e afetar a infraestrutura rural.
O que esperar para a região sul?
Nos próximos dias, o Rio Grande do Sul e Santa Catarina devem enfrentar condições meteorológicas severas. Até sexta-feira, o tempo será mais firme, mas a partir de sábado, a formação de downbursts e até de tornados é uma possibilidade real, com ventos que podem ultrapassar 100 km/h. O risco é maior no noroeste do Rio Grande do Sul e no oeste de Santa Catarina, onde os danos podem ser ainda mais significativos.
Mudanças climáticas ou fenômeno natural?
Apesar dos danos causados pelas microexplosões, Arthur Muller reforça que este é um fenômeno natural, comum principalmente na primavera. Embora mudanças climáticas possam intensificar a frequência de eventos como esse ao longo dos anos, a microexplosão não está diretamente ligada ao aquecimento global. O fenômeno ocorre com frequência em regiões do Sul, onde o clima favorece o desenvolvimento de tempestades com ventos fortes.
O alerta está dado para os produtores rurais: a previsão de microexplosões e tempestades severas nos próximos dias exige cuidados redobrados, principalmente nas regiões do Sul do Brasil. Com ventos fortes e chuvas intensas, o impacto no agronegócio pode ser significativo. O acompanhamento constante das previsões meteorológicas e a preparação para eventos extremos são essenciais para proteger a produção agrícola e a infraestrutura rural.