
Durante participação do COP TV do Agro, transmitido pelo YouTube do Canal Rural, direto da COP30, em Belém (PA), nesta sexta-feira (14), o representante regional Norte da ApexBrasil, Pedro Neto, destacou o trabalho da agência para aproximar produtores rurais, cooperativas e empresas amazônicas do mercado internacional. Segundo ele, o foco é mostrar a realidade da produção na região e combater visões superficiais sobre a Amazônia, frequentemente reduzida à imagem aérea da floresta, sem a compreensão das comunidades e cadeias produtivas que existem abaixo do dossel.
ApexBrasil amplia presença regional
Pedro Neto explicou que a ApexBrasil tem buscado se aproximar cada vez mais do produtor e do empresário. Para isso, a agência expandiu a rede de escritórios regionais. “Só este ano abrimos unidades em Salvador, que cobre a Bahia, e outra no Mato Grosso”, afirmou.
Essa estratégia acompanha o aumento de eventos e articulações na esteira da COP30, que mobilizou a região Norte por mais de um ano antes da conferência. A ApexBrasil promoveu rodadas de negócios e ações específicas para ampliar a participação de produtores amazônicos no comércio exterior.
Desmistificação da Amazônia
Um dos eixos mais importantes do trabalho da ApexBrasil no Norte é desmistificar visões utópicas e superficiais sobre a floresta. De acordo com Pedro Neto, é comum que o mundo enxergue apenas “a floresta bonita vista de cima”, sem perceber o cotidiano das comunidades que vivem dela.
Para mudar essa percepção, a agência passou a realizar ações em dois sentidos:
Eventos no exterior, especialmente na Europa, para apresentar a realidade da produção amazônica;
Missões invertidas, trazendo compradores para conhecer de perto florestas, seringais, extrativistas e as indústrias locais.
“Mostramos a história da castanha-do-Brasil, por exemplo, e como ela sustenta comunidades inteiras”, explicou.
Exportações sustentáveis em expansão
Hoje, a região Norte possui 53 produtos exportados, que geram US$ 1,1 bilhão em renda. São itens compatíveis com a floresta e que não promovem degradação ambiental — como cacau, pimenta e castanha.
Apesar disso, a participação global desses produtos ainda é pequena: apenas 0,4% de um mercado que movimenta US$ 300 bilhões.
“Existe potencial enorme para crescer. A Apex está trabalhando para divulgar esses produtos e conectar produtores ao mercado internacional”, reforçou Pedro Neto.
Gargalos e capacitação
Entre os desafios, o representante destaca dois principais:
- Logística, que ainda limita o avanço das exportações;
- Capacitação, essencial para transformar produtos de origem florestal em negócios competitivos.
Segundo Pedro Neto, muitos produtores não conhecem seus próprios custos de produção, ou não sabem escolher embalagens adequadas para o consumidor internacional. Para solucionar isso, a ApexBrasil atua com diversas instituições parceiras, incluindo o Sistema S, oferecendo treinamentos que vão desde formação de preço até planejamento de exportação.
“O objetivo é que o produtor saia com um plano, mesmo que nunca tenha trabalhado com comércio exterior”, afirmou.
Conectar Amazônia e mercado global
Com iniciativas que combinam inovação, sustentabilidade e apoio técnico, a ApexBrasil busca consolidar a Amazônia como referência internacional em produtos compatíveis com a floresta, valorizando tanto o setor rural quanto comunidades indígenas e extrativistas.
“Nosso papel é garantir que o mundo conheça a Amazônia real, produtiva, sustentável e cheia de oportunidades”, concluiu Pedro Neto.