Conectividade no campo é desproporcional à produção
Apenas 15% das áreas rurais do Brasil contam com serviços de telecomunicação.
A conectividade no campo não é proporcional a sua produtividade. Apesar de corresponder a 27% do PIB brasileiro, as áreas remotas do País tem pouca ou nenhuma cobertura.
De acordo com a presidente do ConectarAGRO, Ana Helena Andrade, apenas 15% das áreas rurais no Brasil contam com infraestrautura de telecomunicação.
“Ao contrário da punjança que vemos na produção agrícola, a infraestrutura disponível para o produtor brasileiro ainda é muito deficitária em telecomunicação”, destacou.
Projeções
Um documento divulgado no ano passado apresentou projeções de aumento no valor bruto de produção em cenários com cobertura de telecomunicação. O impacto positivo será de mais de R$ 47 bilhões caso a ampliação da cobertura partisse de 23% para 48%, se a cobertura fosse ampliada para 90% o impacto chegaria a R$ 101 bilhões. O primeiro cenário contempla a modernização de mais de 4 mil torres de telefonia celular no País. Já o segundo considera a instalação de 15.182 novas torres em todo território nacional.
” O que acontece é que o modelo de negócios das empresas de telecomunicação, a introdução da telefonia, do trânsito de dados, foi baseado em número de pessoas. Então uma empresa de telecomunicação quando ganha uma concessão do Governo Federal, ela faz uma avaliação do retorno do investimento que ela vai fazer considerando o número de pessoas que podem ter um telefone celular, que podem ter internet em casa. E no campo, apesar de termos áreas muito grandes, temos uma densidade populacional muito pequena, menos do que 15% da população geral do Brasil vive nas áreas rurais. O campo não se viabiliza quando analisado a luz do número de moradores”, explicou Ana Helena.
Soluções
A presidente do ConectarAGRO apresentou duas possíveis soluções para melhorar a realidade brasileira. A primeira seria através de políticas privadas, onde empresas detentoras da concessão e produtores rurais discutiriam qual a melhor forma de viabilizar o investimento e acesso à telecomunicação.
“A fazenda que perceber todo o potencial da comunicação para viabilizar os custos, aumentar a velocidade e a segurança da sua produção, optaria por fazer investimentos de telecomunicação. E isso impactaria além da propriedade, mas também as propriedades do entorno, as cidades!”, explicou.
Já a segunda saída sugerida por Ana Helena seriam políticas públicas para o setor.
“O poder público usando sua capacidade de articulação promoveria investimentos nessas áreas juntos as companhias de telecomunicação de forma a atender determinadas regiões”, frisou.
Números do IBGE
O IBGE divulgou na última sexta (16) novos dados relativos a conectividade brasileira.
Entre os anos de 2019 a 2021, a internet em domicílios saltou de 84% para 90%. Na área rural de 57,8% para 74,4% e na área urbana de 88,1% para 92,3%.