Consumo de alimentos locais diminui emissões e fortalece economia regional
Tendência do locavorismo vem crescendo no Brasil e traz diversos benefícios
O consumo de alimentos locais, produzidos na região em que a pessoa vive, é uma tendência que vem crescendo no Brasil e que já tem até nome: locavorismo. O hábito contribui para a redução das emissões de carbono, já que evita o transporte de produtos, e também fortalece a economia local.
“Se nós consumíssemos produtos produzidos na região, na sua localidade, chama-se isso de locavorismo, naturalmente a gente já consegue ter uma redução enorme de emissão de carbono, assim como outras variáveis, como, por exemplo, o lixo que você gera em função do transporte, porque quanto mais longe [o alimento] está do lugar onde vai ser consumido o produto, envolve mais embalagem. Você tem embalagens de transporte, de comercialização, envolve o saco plástico que está disponível lá no supermercado, enfim quanto mais próximo menos impacto você tem também na produção de lixo”, explicou Alexandre Robazza, diretor do Sebrae, em participação no programa Planeta Campo.
Ele também falou sobre as oportunidades que o Brasil têm para adotar cada vez mais esse hábito de consumo. “Aqui no Brasil a gente não se dá conta de todas as facilidades que nós temos. Nós temos terra disponível, muita terra disponível e fértil, nós temos água, que interfere na produção, e, claro, não vou nem falar da tecnologia que o Brasil tem de produção. Nós fizemos recentemente pelo Sebrae, numa missão internacional para uma feira de alimentos, a Gulfood, fomos a Dubai e lá nós vimos o quanto eles têm essa dificuldade. Então eles têm que trazer de todas as partes do mundo produtos, desde uma pequena fruta até um produto mais elaborado, mais industrializado, porque não conseguem produzir. E isso se reflete, inclusive, em quase todas as regiões do Brasil. A gente consegue produzir quase todo tipo de alimento em qualquer região, então isso nos dá uma vantagem para poder consumir localmente que outros países não têm”, afirmou Robazza.
Além dos benefícios ambientais, outra vantagem do locavorismo é o fortalecimento da economia local. “Toda região tem a sua economia o seu desenvolvimento, quanto mais o consumo é feito dentro daquela região, melhor para aquela região porque ela consegue manter os empregos, ela consegue gerar renda, mais impostos para entidade municipal e com isso você tem qualidade de vida. Então esse é o primeiro aspecto que a gente deve lembrar quando optar por consumir algo daquela região, de um produtor daquela cidade”, ressaltou Alexandre.
Confira o programa Planeta Campo com a participação de Alexandre Robazza:
O programa Planeta Campo desta segunda-feira (4) também exibiu uma reportagem especial sobre o locavorismo e mostrou como as feiras livres e a tecnologia vêm contribuindo com a prática.
A matéria também contou a experiência do produtor rural Jefferson Adorno, que conta com um parceiro para ajudá-los a neutralizar as emissões de carbono no transporte dos produtos da fazenda.
“Hoje a gente tem um parceiro que nos ajuda a neutralizar as nossas emissões e o frete dos nossos produtos até o consumidor final. A gente encaminha para os nossos parceiros todas as vendas que a gente fez e todos os produtos que eu mandei para São Paulo, onde é feita a distribuição, e ele calcula para gente quantos quilos de CO2 a gente utilizou por mês. Então, em média, a gente emite 150, 200 kg de CO2 por mês e ele compra o crédito de carbono no mercado financeiro e neutraliza isso para gente. A gente paga um valor para ele bem acessível, que eu até quero comentar, de R$ 50 para neutralizar uma tonelada de carbono, isso vai para um projeto de reflorestamento no norte de Mato Grosso”, detalhou o produtor.
Confira a reportagem completa: