COP 16 na Colômbia: O papel do Brasil e novos desafios para a biodiversidade global

A 16ª Conferência da Diversidade Biológica reúne especialistas em Cali, Colômbia, para discutir os avanços no marco global de biodiversidade e o impacto das novas metas na legislação brasileira.

A COP 16, realizada em Cali, Colômbia, está reunindo especialistas do mundo todo para discutir a implementação de estratégias e planos de ação nacionais para a biodiversidade. O evento, intitulado oficialmente 16ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), tem como tema “Paz com a Natureza”. Durante uma entrevista ao Planeta Campo, Leonardo Munhoz, pesquisador da FGV Agro, destacou que o Brasil tem se posicionado com avanços significativos nesse contexto. Segundo ele, o país já apresenta uma legislação ambiental robusta que, em diversos aspectos, alinha-se com o marco global de biodiversidade firmado na COP 15, em Montreal, que estabeleceu 23 metas para conservação da natureza até 2050.

Indicadores para Acompanhar Metas de Biodiversidade

Um dos principais pontos da COP 16 é a definição dos indicadores de monitoramento das metas acordadas anteriormente, o que Munhoz considera essencial para que países possam acompanhar os avanços nas áreas de preservação e restauração. Ele explicou que esses indicadores são a chave para o Brasil medir a recuperação de áreas como reservas legais e APPs, reforçando o compromisso com a restauração e saúde dos ecossistemas.

Whatsapp Image 2024 10 28 At 12.56.51 | Planeta Campo(Imagem: Leonardo Munhoz)

Convergência entre Biodiversidade e Clima

Munhoz também destacou que a COP 16 e a COP do Clima, que ocorrerá no próximo mês em Baku, estão cada vez mais interligadas. “As agendas de biodiversidade e mudanças climáticas estão sendo abordadas de forma conjunta, reforçando que a preservação da natureza exige ações concretas de combate às mudanças climáticas”, afirmou.

Sequenciamento Genético Digital e Impactos no Comércio Internacional

Outro tema importante desta COP é o sequenciamento digital genético (DSI), que permite o acesso a recursos genéticos de forma digital. Munhoz explica que essa tecnologia exige novos protocolos e regulações, já que sua aplicação no comércio internacional traz desafios, como evitar a biopirataria e adequar-se às exigências de sustentabilidade socioeconômica no comércio global.

A COP 16 representa um avanço no compromisso mundial com a biodiversidade, e o Brasil, com sua legislação alinhada, pode se destacar como um líder nos esforços de conservação e desenvolvimento sustentável.