Copom eleva impacto inflacionário do El Niño, mas mantém tom contracionista
Segundo a ata, o Copom avaliou que a dinâmica desinflacionária não divergiu significativamente do que era esperado, considerando a evolução benigna do cenário corrente de inflação e o esgotamento de algumas fontes
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgou nesta terça-feira (19) a ata do último encontro, realizado em junho. O documento mostrou que o colegiado elevou a avaliação do impacto inflacionário do El Niño sobre os alimentos, mas manteve o tom contracionista da política monetária.
Segundo a ata, o Copom avaliou que a dinâmica desinflacionária não divergiu significativamente do que era esperado, considerando a evolução benigna do cenário corrente de inflação e o esgotamento de algumas fontes que contribuíram para o primeiro estágio da desinflação.
“O Comitê, após acumular mais evidência, elevou um pouco o impacto inflacionário do fenômeno climático do El Niño sobre a inflação de alimentos. Ao fim, concluiu-se unanimemente pela necessidade de uma política monetária contracionista e cautelosa, de modo a reforçar a dinâmica desinflacionária”, pontuou o documento.
O colegiado ainda destacou que notou alguma surpresa para baixo no componente de serviços subjacentes. Isso motivou um debate sobre as razões para este resultado e foram enumerados fatores como a normalização de preços relativos, o impacto inercial da inflação cheia, o comportamento benigno de salários, o movimento mais acentuado dos choques primários de commodities e alimentação e os impactos defasados da política monetária.
O Copom ainda avaliou que a evolução prospectiva do hiato do produto e o comportamento do mercado de trabalho foram considerados muito relevantes para determinar a velocidade com que a inflação atingirá a meta.
Com base na ata, o mercado financeiro projeta que o Copom deve elevar a taxa Selic em 0,5 ponto percentual na próxima reunião, em agosto. A taxa básica de juros está atualmente em 13,25% ao ano.
Por Estadão Conteúdo