A cultivar Arara, desenvolvida pela Fundação Procafé, tem mostrado resultados surpreendentes no campo e se destaca por unir alta produtividade, resistência à ferrugem e qualidade superior da bebida. Em entrevista ao Planeta Campo, o engenheiro agrônomo e pesquisador Marcelo Jordão compartilhou detalhes sobre esse material que tem ganhado cada vez mais espaço nas principais regiões produtoras do Brasil.
Resultados acima da média na primeira colheita
Segundo Jordão, uma propriedade localizada em São Sebastião do Paraíso (MG), a Fazenda Santo Amaro, deve alcançar 100 sacas por hectare já na primeira colheita, um número considerado excepcional. “O comum em uma primeira colheita é algo em torno de 30 a 40 sacas. Estamos falando de mais que o dobro”, destacou o pesquisador.
O desempenho expressivo é resultado de uma combinação entre o potencial genético da cultivar, manejo eficiente, controle rigoroso de pragas e doenças e nutrição equilibrada da lavoura. A Arara, de fruto amarelo e porte baixo, também se diferencia por oferecer uma bebida com maior doçura e excelente padrão de qualidade.
Resistência à ferrugem e adaptação em várias regiões
Outro destaque é a resistência à ferrugem do cafeeiro, a principal doença que afeta os cafezais do Brasil. Isso reduz os riscos de perda de produtividade e o custo com defensivos. De acordo com a Procafé, a Arara se adaptou muito bem nas principais regiões cafeeiras do país, sendo testada em diferentes condições climáticas com resultados consistentes.
A cultivar também possui frutos maiores que os das variedades tradicionais, o que melhora o rendimento na pós-colheita. Por isso, segundo Marcelo Jordão, é uma excelente alternativa para produtores que buscam alta rentabilidade com menor risco.
Três pilares para o sucesso da produção cafeeira
Para quem quer alcançar altos patamares de produtividade, Marcelo reforça a importância de trabalhar com foco nos três pilares do sucesso: técnico, humano e estratégico.
- Pilar técnico: uso de cultivares produtivas, nutrição adequada e irrigação para driblar adversidades climáticas;
- Pilar humano: equipe bem treinada, capacitada e alinhada ao planejamento da fazenda;
- Pilar estratégico: presença ativa do proprietário, investindo e tomando decisões com base em dados e orientação técnica.
“Esses três pilares juntos criam um ambiente favorável para que todo o potencial da lavoura seja alcançado”, explicou Jordão.
Dia de campo na Fundação Procafé
A oportunidade de ver todas essas tecnologias aplicadas na prática acontecerá nos dias 21 e 22 de maio, durante o tradicional Dia de Campo da Fundação Procafé, em Varginha (MG). O evento vai apresentar resultados de pesquisas, sistemas de manejo e novas cultivares, como a própria Arara.
A participação é gratuita e pode ser feita pelo site www.fundacaoprocafe.com.br ou diretamente no local, com a doação de 1 kg de alimento não perecível. O evento é voltado para produtores, técnicos, estudantes e todos os interessados em inovação na cafeicultura.