Economia circular no campo: o papel do inpEV na reciclagem de embalagens de defensivos agrícolas e na preservação ambiental
Marcelo Okamura, presidente do inpEV, revela como a logística reversa de embalagens de agroquímicos ajuda o Brasil a alcançar um papel de destaque na luta pela sustentabilidade e pelo cumprimento de metas ambientais globais.
O Brasil tem se consolidado como um dos líderes globais em iniciativas sustentáveis dentro do agronegócio, e a logística reversa de embalagens de defensivos agrícolas tem sido uma das principais responsáveis por essa posição de destaque. O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias de Defensivos Agrícolas (inpEV) é pioneiro no desenvolvimento de práticas de economia circular no campo, promovendo um modelo de gestão responsável para resíduos de agroquímicos. Em entrevista ao Planeta Campo, Marcelo Okamura, diretor-presidente do inpEV, compartilhou detalhes sobre o trabalho da instituição e seus impactos no meio ambiente e na economia.
O Papel do inpEV no Cumprimento de Metas Ambientais
Com o objetivo de promover uma gestão ambiental eficiente, o inpEV representa mais de 210 empresas do setor agroquímico no Brasil. Através da logística reversa, a instituição tem coletado e reciclado mais de 754 mil toneladas de embalagens vazias de defensivos agrícolas, evitando a emissão de mais de 1 milhão de toneladas de CO2 na atmosfera. Para Okamura, esse trabalho de destinação adequada das embalagens mostra como a agricultura brasileira pode ser um grande aliado da sustentabilidade.
“Nosso trabalho é transformar o lixo do campo em produtos valiosos, enquanto evitamos a contaminação do solo, da água e do ar, contribuindo para a preservação ambiental. O Brasil tem mostrado ao mundo que é possível produzir e preservar ao mesmo tempo”, explica Marcelo Okamura.
Como Funciona a Logística Reversa de Embalagens de Defensivos Agrícolas?
A logística reversa do inpEV é baseada na legislação que exige que o produtor rural faça a tríplice lavagem das embalagens rígidas de agroquímicos e as devolva nos pontos de coleta espalhados pelo Brasil. Esses pontos de recebimento são estratégicos, localizados em todas as regiões produtoras do país, garantindo que os resíduos sejam recolhidos de maneira eficiente.
Após a devolução, as embalagens são destinadas à reciclagem ou incineração controlada. Atualmente, o inpEV recicla 93% das embalagens, com uma taxa de reciclagem de 100% para plásticos, metais e papelão, um feito único no mundo.
Desafios e Perspectivas Futuras
A expansão do agronegócio brasileiro para novas fronteiras agrícolas tem apresentado desafios para o inpEV, especialmente no que diz respeito à logística de coleta em regiões distantes. No entanto, a instituição tem trabalhado incansavelmente para superar essas dificuldades e continuar ampliando sua rede de pontos de coleta, garantindo que todas as áreas do país sejam atendidas.
“Estamos preparados para atender o crescimento da agricultura brasileira, que se expande para o Norte e o Centro-Oeste, locais cada vez mais distantes. Nosso grande desafio é garantir que a logística seja eficiente e que as embalagens sejam coletadas e tratadas adequadamente, sem impacto negativo no meio ambiente”, destaca Okamura.
O Impacto Econômico e Social da Reciclagem de Embalagens
Além dos benefícios ambientais, a reciclagem de embalagens de defensivos agrícolas também gera impactos positivos nas comunidades locais. Ao reaproveitar os materiais reciclados para a produção de novos itens, como artefatos para construção civil, o inpEV contribui para o desenvolvimento econômico regional e o fortalecimento da economia circular.
“Este processo de reciclagem gera benefícios para as comunidades, para o meio ambiente e para a indústria, criando um ciclo sustentável e positivo para todos os setores da economia”, conclui o presidente do inpEV.
O Futuro da Logística Reversa no Brasil
O inpEV continuará a expandir suas operações e aprimorar suas práticas de sustentabilidade no campo. A evolução contínua da economia circular é uma prioridade, com planos de ampliar a rede de postos de coleta e investir em tecnologias que aprimorem a reciclagem de materiais.
Marcelo Okamura conclui: “O Brasil tem mostrado ao mundo que, com compromisso e inovação, é possível tornar a agricultura mais sustentável e responsável, sem comprometer a produtividade. Estamos orgulhosos de liderar esse movimento e de contribuir para um futuro mais verde e sustentável para todos.”