Embrapa desenvolve estudo para proteger abelha típica do Cerrado

A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia desenvolve uma pesquisa para evitar a extinção da abelha Uruçu Amarela. O inseto é capaz de produzir até 5 quilos de mel por colônia ao ano e não tem ferrão. Deste modo, as abelhas podem fazer a polinização de imensas áreas naturais e agrícolas e gerar renda de pequenos […]

Embrapa desenvolve estudo para proteger abelha típica do Cerrado

A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia desenvolve uma pesquisa para evitar a extinção da abelha Uruçu Amarela. O inseto é capaz de produzir até 5 quilos de mel por colônia ao ano e não tem ferrão.

Deste modo, as abelhas podem fazer a polinização de imensas áreas naturais e agrícolas e gerar renda de pequenos produtores e agricultores familiares, com mais valor agregado pelo fato de serem mais raras.

O mel da Uruçu-Amarela do Cerrado é considerado um dos mais saborosos produzidos pelas abelhas nativas. A espécie está entre aquelas com maior capacidade produtiva.

A equipe envolvida na pesquisa quer detectar o grau de risco de desaparecimento da abelha para estabelecer um plano de manejo sustentável, que possibilite sua conservação.

O trabalho abrange, entre outros estudos, análises genômicas e genéticas de populações do inseto, especialmente do Cerrado brasileiro. O risco à espécie está no desmatamento, uso indiscriminado de químicos e a retirada criminosa de mel das colmeias, que pode ocasionar a morte da colônia.

Por isso, desde dezembro de 2014 uma portaria do Ministério do Meio Ambiente (MMA) inseriu a Uruçu Amarela do Cerrado na categoria EN, ou seja, em perigo de extinção.

Abelha típica

De acordo com o meliponicultor e presidente da Associação de Meliponicultores do Distrito Federal (AMe-DF), Anselmo Carvalho, a atividade da meliponicultura, apesar de bastante difundida, ainda não dispõe de uma lei federal que a regulamente, levando insegurança jurídica aos criadores.

Assim, muitos meliponicultores fazem manejos para multiplicação de seus enxames, que são comercializados por valores entre R$ 400,00 e R$ 1.000,00 ou são trocados entre os criadores, visando ao aumento da diversidade genética em seus plantéis.

Como nem sempre a área de ocorrência natural é respeitada por alguns criadores, no estudo em curso é necessário avaliar o potencial efeito adverso ou benéfico, nas populações naturais, do deslocamento indiscriminado e sem critérios científicos de ninhos da Uruçu Amarela do Cerrado.

“Para populações naturais, o cruzamento de rainhas híbridas pode causar, ao longo do tempo, o empobrecimento da diversidade genética das populações naturais”, explica a pesquisadora da Embrapa Débora Pires, coordenadora do projeto

O estudo tem percorrido pequenas propriedades para conscientizar os criadores da importância da pesquisa, além de levar o tema para escolas.