Esgoto doméstico pode se tornar biofertilizante de alta qualidade
Estudo da Embrapa mostra que efluente tratado pode ser usado na adubação de pequenas lavouras
O esgoto doméstico tratado pode se tornar um biofertilizante de alta qualidade. É isso que demonstra um estudo realizado pela Embrapa em São Carlos, no interior de São Paulo, que utilizou fossas sépticas biodigestoras para tratar o esgoto e substituir a aplicação de nitrogênio sintético na adubação de pequenas lavouras, principalmente na cultura do milho.
“Temos cerca de 12 mil fossas sépticas biodigestoras instaladas no Brasil através de um trabalho de transferência de tecnologia feita pela Embrapa Instrumentação e esse efluente [de esgoto] que é gerado, o pequeno produtor, produtor de agricultura familiar, pode utilizá-lo para substituir o fertilizante nitrogenado mineral em pequenas áreas de produção. Então ele tem um efluente que ele teria que dar um destino e esse destino pode ser o de utilizá-lo como biofertilizante em pequenas áreas de produção, neste caso, o de milho, que ele pode usar tanto para alimentação humana quanto para alimentação animal”, explica o pesquisador Luiz Henrique Bassoi.
Os estudos foram conduzidos com a cultura do milho, que tem ciclo de 100 a 120 dias, e demonstraram que o biofertilizante produzido nas fossas sépticas são viáveis para o aumento da produtividade, a segurança alimentar e para obtenção de biomassa, objetos de investigação da pesquisa. Os ensaios foram conduzidos em uma área de mais de 1.800 metros quadrados, com quase 5 mil plantas.
“Os dados até o momento nos mostram que a produtividade de matéria seca, a produtividade de grãos, é muito próxima à produção de matéria seca obtida com utilização de fertilizante nitrogenado mineral. Então ele pode substituir o fertilizante nitrogenado mineral”, enfatiza Bassoi.
A tecnologia traz soluções importantes para o pequeno produtor: gera adubo para a lavoura e proporciona saneamento rural em propriedades pelo Brasil.
Confira a matéria completa: