Estudo propõe divisão da Amazônia Legal em cinco zonas para adaptação de políticas públicas
Pesquisa sugere segmentação da Amazônia Legal em macrozonas para atender às diferentes necessidades socioeconômicas e de uso da terra, com destaque para a importância da infraestrutura digital
A Amazônia Legal abrange aproximadamente 5 milhões de quilômetros quadrados, o que corresponde a 59% do território nacional. Essa vasta região, de acordo com um estudo do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), poderia ser dividida em macrozonas ou grandes porções, levando em consideração suas diferenças geográficas e de uso da terra.
Essa divisão é fundamental devido às disparidades entre as diversas áreas da Amazônia, tornando necessário adotar abordagens de políticas públicas distintas para cada uma delas.
As Cinco Amazônias
As divisões propostas no estudo se diferenciam principalmente pelo uso da terra e pela presença ou ausência de cobertura florestal:
- Florestal: Esta zona ocupa 39% do território da Amazônia Legal e é composta por áreas bem conservadas, principalmente nos estados do Amazonas e norte do Pará. Nessa região, é importante manter a cobertura florestal e investir em infraestrutura, como internet e transporte fluvial, além de desenvolver uma bioeconomia baseada no pagamento por serviços ambientais.
- Florestal sob Pressão: Abrange cerca de 29% da Amazônia Legal e inclui municípios com cobertura florestal significativa, mas que enfrentam desmatamento crescente, extração ilegal de madeira, garimpo de ouro e grilagem de terras. Nessa zona, é crucial focar em fiscalização, treinamento e alternativas econômicas sustentáveis, como o manejo florestal madeireiro.
- Desmatada: Representa 11% da área da Amazônia Legal e engloba municípios onde mais de 80% do território já foi desmatado. Nessa região, é necessário melhorar a agropecuária das áreas já abertas, reflorestar e restaurar as áreas degradadas, além de promover a regularização fundiária e investir em infraestrutura.
- Não Florestal: Inclui municípios situados em áreas predominantemente de cerrado nos estados do Pará, Maranhão e norte do Mato Grosso. Já registra a perda de mais de 80% da floresta original. Nessa zona, a prioridade deve ser a recuperação de passivos ambientais, melhoria da agropecuária, infraestrutura, regularização fundiária e produção agrícola de baixo carbono.
- Urbana: Cerca de 76% da população da Amazônia Legal reside em áreas urbanas. O desenvolvimento das cidades nessa região requer investimentos em saneamento, mobilidade e, principalmente, infraestrutura digital para impulsionar o dinamismo econômico e conectar a Amazônia aos mercados.
Essa divisão em macrozonas visa a adaptar as políticas públicas às necessidades específicas de cada região, reconhecendo suas diferenças socioeconômicas e naturais.
O estudo enfatiza que a internet desempenha um papel crucial no desenvolvimento econômico da Amazônia, uma vez que pode conectar a região aos mercados nacionais e internacionais, impulsionando seu dinamismo econômico. Portanto, a infraestrutura digital é fundamental para alcançar todo o potencial econômico da região.