Fundo investirá US$ 100 mi para reduzir metano na pecuária das Américas
Fundo Verde do Clima e IICA firmam acordo para financiar projetos de pesquisa e produção
O Fundo Verde do Clima (GCF, sigla em inglês) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) anunciaram parceria para destinar US$ 100 milhões (cerca de R$ 540 milhões) a projetos para redução das emissões de metano na pecuária de países da América.
O anúncio foi realizado durante a cerimônia virtual de posse do diretor-geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), o argentino Manuel Otero, do qual a ministra Tereza Cristina participou enquanto presidente da Junta Interamericana de Agricultura (JIA).
A iniciativa vai de encontro com compromisso firmado pelo Brasil e outros 100 países durante a COP-26 para redução de emissões de metano no setor agropecuário. A adesão do Brasil foi voluntária e visa redução global de 30% nas emissões.
O GCF, sediado na Coreia do Sul, é um fundo criado pela Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. A missão é ajudar países em desenvolvimento a elaborar práticas e tecnologias de adaptação às mudanças climáticas e à mitigação de seus efeitos.
Desde junho do ano passado, o Fundo credenciou o IICA para implementar projetos financiados pela sua carteira de créditos, o que permite ao organismo acesso a recursos que apoiem iniciativas de adaptação e resiliência climática da agricultura e da ruralidade nos países das Américas.
“A parceria é de extrema importância para o aprimoramento da pesquisa e outras tecnologias de inovação, as quais entendemos que é o caminho a ser trilhado. A redução do rebanho não é uma opção. Com muita tecnologia e inovação nós vamos conseguir reduzir a emissão de metano”, repercute o secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação do Ministério, Fernando Camargo.
O secretário reforça a criação de gado em sistemas integrados que permitem as emissões da pecuária serem absorvidas pela lavoura e pela floresta em consórcio de culturas. Essa é uma das tecnologias do Plano ABC+, que promove práticas para uma agropecuária de baixa emissão de carbono com meta de redução de mais de 1 bilhão de toneladas até 2030.
Entre as estratégias que já são utilizadas para reduzir a emissão de metano na pecuária brasileira estão o melhoramento genético de pastagens para desenvolver alimentos mais digestíveis pelos animais e o melhoramento genético dos bovinos, permitindo o abate precoce e, assim, a redução da emissão desses gases.
Também está em estudo a utilização de aditivos que podem ser agregados na alimentação animal, com substâncias como algas, taninos e óleos essenciais. “Esse é o melhor dos mundos: ter um animal geneticamente menos emissor, com uma boa alimentação e num sistema de criação em que se consegue fazer a remoção das emissões”, finalizou Camargo.
O IICA informou que primeiro passo da iniciativa, que vai contribuir para o desenvolvimento de processos produtivos mais eficientes e abrirá oportunidades tanto para o setor público quanto privado de apresentar seus projetos no continente americano, será a realização de estudos de viabilidade, a partir de um aporte inicial de US$ 1,5 milhão do GCF.