G20: Governo diz que países ricos devem arcar com maiores custos das mudanças climáticas

A reunião do G20, realizada em Nova Déli, na Índia, incluiu uma sessão intitulada “Um Planeta Terra”, destacando a urgência da questão climática global.

Durante a abertura da Cúpula do G20, o ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, fez um chamado enfático para que os países mais ricos assumam uma parcela significativa dos custos de combate às mudanças climáticas.

A reunião do G20, realizada em Nova Déli, na Índia, incluiu uma sessão intitulada “Um Planeta Terra”, destacando a urgência da questão climática global.

Mudanças climáticas afetando o Brasil

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Foto: Ricardo Stuckert

Lula destacou que as mudanças climáticas já estão impactando o Brasil, com exemplos concretos, como um ciclone que assolou o estado do Rio Grande do Sul, deixando mortos e desabrigados. Ele observou que esses efeitos são mais severos para grupos vulneráveis, incluindo os mais pobres, mulheres, indígenas, idosos, crianças, jovens e migrantes.

O presidente enfatizou que os países ricos têm uma dívida climática acumulada ao longo de dois séculos, devido às emissões históricas. Ele lembrou que, desde a Conferência das Partes (COP) de Copenhague, em 2009, os países ricos se comprometeram a fornecer US$ 100 bilhões anualmente em financiamento climático novo e adicional aos países em desenvolvimento, uma promessa que até agora não foi cumprida.

Emergência Climática sem Precedentes

Lula alertou durante a reunião do G20 que a falta de compromisso global com o meio ambiente levou a uma “emergência climática sem precedentes”, e enfatizou a necessidade de ações urgentes para evitar impactos irreversíveis.

“O aquecimento global está alterando os padrões de chuvas e elevando o nível do mar, resultando em secas, enchentes, tempestades e incêndios mais frequentes que ameaçam a segurança alimentar e energética”, disse.

O presidente também criticou a transferência de responsabilidades dos países ricos para nações do hemisfério Sul, afirmando que o mundo rico não pode se vangloriar de suas reduções nas emissões de carbono se as responsabilidades continuarem sendo transferidas. Ele apontou para os gastos significativos com armas em todo o mundo, sugerindo que esses recursos poderiam ser direcionados para o desenvolvimento sustentável e ação climática.

Lula destacou o compromisso do Brasil com a proteção da floresta e o desenvolvimento sustentável da Amazônia, incluindo uma redução de 48% no desmatamento nos primeiros 8 meses do ano.

Ele anunciou a criação de uma “Força Tarefa para Mobilização Global contra a Mudança do Clima” durante o período em que o Brasil estiver na presidência do G20, visando uma agenda climática equilibrada até a COP 30 em 2025.

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