Impasse no financiamento climático marca COP 29 no Azerbaijão
Os países ricos e em desenvolvimento enfrentam divergências sobre o financiamento da transição climática. Metade de US$ 100 bilhões ainda é insuficiente para atender às demandas globais.
As expectativas em torno da COP 29, realizada em Bacu, Azerbaijão, diminuíram nesta quinta-feira (20), com a divulgação de um rascunho de texto final que evidenciou a falta de consenso entre os 196 países participantes. A conferência, prevista para encerrar na sexta-feira (21), ainda não conseguiu estabelecer um novo objetivo de financiamento climático para substituir a atual meta de US$ 100 bilhões anuais, definida para ajudar nações em desenvolvimento a combater e se adaptar às mudanças climáticas.
A União Europeia, um dos maiores financiadores do esforço climático global, desempenhou um papel central nas negociações, mas também enfrentou críticas de organizações ambientalistas, que alegam que as propostas europeias limitam os valores necessários para um impacto significativo.
O Papel das NDCs na Transição Climática
Desde o Acordo de Paris, firmado em 2015, as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) têm sido uma ferramenta essencial para combater as mudanças climáticas. Cada país define suas próprias metas, adaptadas às suas realidades econômicas e contextos específicos de emissão. No Brasil, por exemplo, as metas incluem a redução de 48% das emissões até 2025 e 53% até 2030, com a ambição de atingir emissões líquidas zero até 2050.
As NDCs são monitoradas através de quadros de transparência nacionais e reportadas à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), permitindo acompanhar os avanços globais em direção às metas do Acordo de Paris, que busca limitar o aumento da temperatura global a, no máximo, 2°C acima dos níveis pré-industriais.
Um Novo Objetivo de Financiamento até 2035
Entre os pontos mais esperados da COP 29 está a definição de um novo marco de financiamento climático para 2030 ou 2035, mas a falta de consenso coloca em risco a credibilidade do processo multilateral. Enquanto isso, o rascunho divulgado pela presidência da conferência não agradou nenhuma das partes, evidenciando a necessidade de mais negociações e ajustes.
A colaboração entre governos, sociedade civil, setor privado e instituições financeiras é vista como essencial para que as metas globais sejam alcançadas. O setor privado, em particular, é apontado como fundamental para preencher lacunas de financiamento e acelerar a transição para uma economia de baixo carbono.
O Futuro do Planeta em Debate
Com a COP 29 se aproximando do fim, a esperança recai sobre um possível avanço de última hora que possa garantir acordos mais ambiciosos e práticos. Enquanto o impasse persiste, o cumprimento dos compromissos assumidos em Paris e o alinhamento global continuam a ser os maiores desafios para limitar os impactos das mudanças climáticas e construir um futuro sustentável.