A partir de janeiro de 2026, todos os bovinos e bubalinos em circulação no estado do Pará deverão estar identificados individualmente. A medida, estabelecida por um decreto estadual, faz parte de uma estratégia de transparência e sanidade exigida por mercados internacionais. Para acelerar essa adaptação, a JBS está doando 2 milhões de brincos de identificação — sendo 1 milhão destinado à Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) e 1 milhão aos pecuaristas da região.
A iniciativa foi detalhada por Renan Covre, especialista de sustentabilidade da empresa, durante entrevista ao programa Planeta Campo. Segundo ele, a rastreabilidade garante segurança alimentar, fortalece o controle sanitário e abre portas para a exportação. “Conhecer toda a cadeia produtiva do gado é fundamental para avançarmos em mercados exigentes e promovermos melhorias na gestão das fazendas”, destacou.
Transparência, manejo e acesso a mercados
Com a nova regra, a meta é identificar os mais de 27 milhões de animais do estado até dezembro de 2027. A identificação individual permitirá maior rastreabilidade, especialmente na região sudeste do Pará, onde a JBS está concentrando sua atuação — entre Marabá e Santana do Araguaia, no eixo da BR-155.
Renan explica que produtores com até 100 cabeças serão atendidos pela Adepará. Já os pecuaristas com mais de 100 cabeças poderão contar com o apoio direto da JBS, independentemente de manterem vínculo comercial com a empresa. “Nosso foco é preparar os produtores para atender ao decreto e garantir que os animais a serem abatidos a partir de 2026 estejam adequadamente identificados”, explicou.
Como participar da iniciativa da JBS
Para receber o apoio da companhia, o produtor deve estar com o cadastro atualizado junto à Adepará e aderir ao sistema oficial de rastreabilidade do estado. A partir disso, pode buscar atendimento pelos Escritórios Verdes ou diretamente com o time do programa Revon, vinculado à JBS.
A identificação envolve a aplicação de brincos eletrônicos ou visuais, que permitem o rastreamento completo dos animais desde a origem até o abate. Isso garante credibilidade, conformidade ambiental e sanitária, além de ser um diferencial competitivo para quem atua em um mercado global cada vez mais exigente.
Apoio sem burocracia e sem exigência comercial
Uma das vantagens destacadas por Covre é a ausência de vínculo obrigatório com a empresa. Ou seja, mesmo produtores que não fornecem diretamente para a JBS podem solicitar os brincos e o serviço de identificação. “É uma ação voltada à coletividade. Queremos fomentar a adaptação do estado a essa nova fase com responsabilidade e inclusão”, afirmou o especialista.
Além disso, a equipe da JBS está disponível para agendamento de visitas e suporte técnico, garantindo que os pecuaristas se sintam amparados nesse processo de transição para uma pecuária mais moderna e transparente.
Caminho aberto para a sustentabilidade e valorização da produção
A rastreabilidade é vista por diversos setores como um passo essencial para modernizar a agropecuária brasileira, ao lado de outras iniciativas que unem segurança jurídica, sustentabilidade e eficiência produtiva. O tema também está sendo debatido no contexto da Lei Geral de Licenciamento Ambiental, aprovada recentemente pelo Congresso Nacional e defendida por 90 entidades de setores como o agro, energia e indústria.
Para Covre, o avanço na identificação do rebanho é um reflexo de que a sustentabilidade é, cada vez mais, uma aliada do negócio rural. “Essa é uma agenda de futuro. Transparência e confiança são chaves para o sucesso do produtor na nova economia do agro”, conclui.