
O Ministro da Agricultura e Pecuária (MAPA), Carlos Fávaro, participou de uma audiência na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado para apresentar as principais iniciativas previstas até o fim do mandato do presidente Lula, em 2026. Com foco na modernização, defesa sanitária, abertura de mercados e sustentabilidade, as ações pretendem trazer impacto direto aos produtores rurais brasileiros.
Segundo ele, um dos destaques é a modernização do Instituto Nacional de Meteorologia (IMET), que deve se tornar uma Secretaria Nacional. Com essa mudança, o governo pretende aprimorar a previsão climática para o setor agropecuário.
O projeto prevê a instalação de 460 novas estações meteorológicas automáticas em duas fases, cobrindo todas as principais bacias hidrográficas do Brasil, incluindo as do São Francisco, Parnaíba e Furnas. Essas melhorias chegam em um momento crucial, considerando as oscilações climáticas intensificadas pelo aquecimento global.
Defesa Agropecuária e certificação digital
Outro ponto destacado foi a segurança sanitária do setor agropecuário. O ministro citou o Certificado Sanitário Nacional (CSN), lançado em abril de 2024, que digitaliza a certificação de produtos agropecuários. Além disso, o Certificado Eletrônico Sanitário, em vigor desde janeiro de 2025, já registrou mais de 3.500 solicitações.
Outra iniciativa em expansão é o Plano Nacional de Identificação de Bovinos e Bubalinos, que pretende incluir 2.500 municípios no Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISB-POA).
Seguro Rural: um desafio estruturante
O Ministro Fávaro reconheceu que o seguro rural é um dos maiores desafios do setor. Para enfrentar essa questão, o governo pretende dobrar o orçamento do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), passando de R$ 1,6 bilhão para R$ 2 bilhões.
A ideia é estruturar o seguro como parte essencial do crédito rural, tornando-o mais acessível e atrativo para os produtores.
“Nos Estados Unidos, o seguro rural é amplamente utilizado. No Brasil, estamos caminhando para um modelo mais eficiente, que reduza os custos da apólice e ofereça mais proteção ao produtor”, explicou o ministro.
Investimento em pesquisa
A pesquisa agropecuária também recebeu atenção especial. O ministro anunciou a criação de um Núcleo de Inovação Tecnológica para aproximar a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) do setor produtivo.
O orçamento para pesquisa também será reforçado. O Projeto de Lei Orçamentária de 2025 prevê um aumento de R$ 168 milhões, elevando o total para R$ 325 milhões no próximo ano. Esses investimentos visam ampliar a capacidade de inovação no campo e fortalecer a competitividade do agronegócio brasileiro.