Monitoramento de pragas e doenças no campo em tempo real é possível
Perdas por causa de doenças podem ser altas. Sistema criado pela UPL detecta, em tempo real, onde há infestação de pragas e doenças no campo.
O controle de pragas e doenças no campo nem sempre é uma tarefa fácil. Em lavouras pequenas é até mais simples, em teoria, verificar onde há o problema.
Só que, quanto maior o terreno, maior é a chance de uma praga passar “batida” pelo produtor.
A UPL, uma das maiores empresas de soluções agrícolas do país, criou um sistema que permite o monitoramento, em tempo real, saber em quais pontos uma doença se espalhou ou onde uma praga está chegando.
Em entrevista ao Planeta Campo, Carlos Melo, supervisor de digital e inovação da empresa, explica que o sistema funciona coletando dados de pragas que possivelmente estejam atacando o campo.
Como o monitoramento funciona?
Com um nome bem sugestivo, UPtrap, medidores são instalados nos pontos onde há detecção de pragas e doenças no campo.
Armadilhas inteligentes atraem insetos com feromônios – hormônios sexuais que motivam o reconhecimento e a interação dos animais.
As pragas atraídas são capturadas pela armadilha, que imediatamente envia alertas para o produtor, ajudando a realizar ou ajustar a aplicação de insumos no momento ideal.
As armadilhas tem alcance de até 250 hectares.
“Não tínhamos nada que levasse esse dado em tempo real. E, em parceria com uma startup brasileira, conseguimos chegar a isso”, explica.
Pragas e doenças no campo prejudicam toda a cadeia
Estudos feitos pela empresa apontam que, dependendo da praga ou doença, há uma perda de 70% a 80% de toda a produção, isso sem contar o gasto que o agricultor tem com o combate e o replantio.
“Com essa informação, o agricultor pode escolher o momento ideal para controlar essas pragas e evitar perdas tão grandes”, acrescenta o supervisor.
“Evolução” no sistema de monitoramento
Mesmo com as dificuldades de acesso à internet e da cobertura às vezes falha de satélites, o supervisor de digital da UPL é otimista com relação ao funcionamento do sistema de monitoramento em tempo real de pragas e doenças no campo.
Ele afirma que o sistema de satélites do Brasil consegue alcançar áreas remotas, e que o monitoramento não deve ser afetado.
“Mas, acredito que até o ano que vem, com a chegada da tecnologia 5G na rede de telefones celulares, teremos mais opções para o agricultor ter acesso a essas informações”, estima.